Em uma propriedade de 16 hectares, José Sebastião de Oliveira, produtor de Xapuri, dedica apenas pouco mais de dois hectares a plantar café. Foi nessa área que ele conseguiu manejar um robusta que alcançou 89,5 pontos. Foi a maior pontuação entre os 39 participantes do Quali Café 2025.
“Dá um pouco menos de três hectares. São dois hectares e um pouquinho onde eu planto café”, pontuou o campeão, segurando um cheque simbólico de R$ 55 mil garantido pelo apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
“Dá pra ser campeão sendo pequeno também. Para nós da ABDI, é uma honra grande estar no Acre, um estado pequeno, ajudando a industrializar a produção das cooperativas, das famílias mais pobres. Porque a agência trabalha com os grandes, mas também trabalha com os pequenos”, afirmou a diretora-executiva da ABDI, Perpétua Almeida.
“A sacada está no pequeno”, avaliou o secretário de Estado de Agricultura, Luiz Tchê. “Precisamos entender que a agregação de valor leva em conta fatores que, muitas vezes, podem não estar tão evidentes. Eu não estou promovendo apenas um café. Eu estou levando a História do Acre, a história dos produtores. Eu estou levando para fora do Acre a forma como nós produzimos, com o respeito ao Meio Ambiente, ao trabalhador”.

A percepção de que o café robusta produzido no Acre está pouco disposto a valorizar a quantidade de café vai se consolidando entre gestores públicos e produtores. Tanto é verdade que dos 39 cafés que disputaram o Quali Café deste ano, 35 foram classificados como especiais. É uma proporção incomum.
José Sebastião de Oliveira participou das duas edições anteriores. Ano passado, ficou entre os 15 e foi para Belo Horizonte participar da Semana Internacional do Café. Participou dos cursos de qualificação oferecidos pela Secretaria de Estado de Agricultura em parceria com o Sebrae.

