Acre tem alta de 13,5% no valor da produção agrícola em 2024

Dados do IBGE mostram expansão puxada pela mandioca e café no estado, e previsão de colheita histórica de grãos no país no próximo ano

Luiz Eduardo Souza
Colheita de soja em propriedade rural do Acre, responsável por parte do crescimento na produção de grãos.

O Acre registrou um crescimento expressivo de 13,5% no valor da produção agrícola em 2024, alcançando R$ 838,5 milhões, segundo a Pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgada pelo IBGE. O resultado estadual contrasta com o desempenho nacional, que apresentou queda de 3,9%, somando R$ 783,2 bilhões. Já para 2025, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta para uma safra recorde de 341,2 milhões de toneladas de grãos no Brasil, o que representa alta de 16,6% em relação ao ano anterior.

No Acre, a expansão foi acompanhada de um aumento de 2,5% na área colhida, totalizando 97,4 mil hectares. A mandioca consolidou-se como a principal cultura, com 495,9 mil toneladas produzidas e valor de R$ 329,5 milhões, respondendo por 39% de toda a produção estadual. O café também apresentou desempenho notável: com crescimento de 59,9% no valor da produção, alcançou R$ 44,9 milhões, impulsionado pela alta nos preços internacionais.

O grupo dos cereais e oleaginosas — que inclui milho e soja — seguiu a tendência nacional de retração. O milho caiu 14,4% em volume, encerrando 2024 com 119 mil toneladas, e recuo de 2,7% no valor (R$ 128,1 milhões). Já a soja avançou 32,4% em produção, atingindo 60,5 mil toneladas, o que resultou em aumento de 18,2% no valor, mesmo diante da queda dos preços médios.

Entre os municípios acreanos, os maiores valores de produção foram registrados em Plácido de Castro (9,4%), Acrelândia (8,3%), Capixaba (7,9%), Senador Guiomard (7,8%) e Rio Branco (7,2%).

Enquanto isso, no cenário nacional, a PAM de 2024 mostrou retração pelo segundo ano consecutivo, explicada pela queda de 7,5% na produção de grãos e pela redução nos preços de commodities como milho e soja.

Já as perspectivas para 2025 são otimistas. O LSPA projeta uma safra recorde de 341,2 milhões de toneladas, com aumento de 16,6% em relação a 2024. A área colhida deve chegar a 81,3 milhões de hectares, 2,8% maior que no ano anterior. Os destaques são soja (165,9 milhões t), milho (138 milhões t) e arroz (11,2% de crescimento na área), que juntos respondem por 92,6% da produção nacional.

De acordo com o gerente do LSPA, Carlos Barradas, o clima favorável e o aumento dos investimentos dos produtores foram decisivos para o resultado. “Os produtores investiram mais nos cultivos da soja e do milho porque os preços dessas commodities estavam com boa rentabilidade. Outro fator relevante é que houve perdas grandes somente na produção da soja no Rio Grande do Sul, mas em menor escala para o milho”, explicou.

Regionalmente, o Centro-Oeste segue como principal polo, responsável por 51,4% da produção, seguido pelo Sul (25,1%), Sudeste (8,8%), Nordeste (8,2%) e Norte (6,5%). Mato Grosso lidera isolado como maior produtor nacional de grãos, com 32,4% do total.

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