O município acreano de Marechal Thaumaturgo entra no radar das lideranças políticas acreanas para a integração com o Peru. Expoentes da Assembleia Legislativa do Acre, do Governo do Estado e também do setor privado cumprem uma série de agendas com lideranças peruanas em Lima, Pucallpa e Atalaya na tentativa de construir outra agenda, paralela à já existente.
“É um caminho sem volta. São apenas duzentos e dez quilômetros que nos separam dessa região tão rica do Peru. Não há justificativa para essa integração não acontecer”, disse o deputado estadual Luiz Gonzaga, uma espécie de “embaixador da integração” no parlamento acreano. “Desses duzentos e dez quilômetros da futura estrada, são apenas cem dentro do nosso Acre”.
O parlamentar foi taxativo quanto ao modal adequado para que essa integração com o Peru aconteça. “Independente da ferrovia que será construída, essa integração vai sair”.
Marechal Thaumaturgo seria uma região que não encontraria empecilhos técnicos como terras indígenas, unidades de conservação de uso sustentável e nem unidades de conservação de proteção integral.

A presença dessas unidades foi fator preponderante para que organizações e representantes da sociedade civil ajuizassem, via MPF, ações na Justiça Federal para suspender a construção da rodovia, cujo traçado impactaria diretamente as comunidades do Parque Nacional da Serra do Divisor.
Por Marechal Thaumaturgo, esse problema passa a não existir. E a articulação institucional do lado acreano tem demonstrado força. Na missão iniciada em Lima e que segue durante a semana por Pucallpa e Atalaya participam os secretários de Estado de Planejamento, Ricardo Brandão; de Indústria, Assurbanipal Barbary de Mesquita; um representante do Gabinete Civil, e os parlamentares Luiz Gonzaga (estadual) e José Adriano (federal).
Há quase 25 anos, as comunidades ashaninkas de Marechal Thaumaturgo e do Peru denunciam exploração de madeira na região.