O funcionamento do novo Complexo de Café no Vale do Juruá marca o início de uma transformação econômica e social sem precedentes para a região. Em entrevista, Jonas Lima, presidente da Coopercafé, celebrou o avanço do cooperativismo e os efeitos diretos da agroindústria na geração de emprego, renda e dignidade para centenas de famílias.
“É um impacto gigantesco para a região do Uruar — e eu sempre falo: não só para o Uruar. Esse modelo de cooperativa vai contagiar o estado inteiro, no melhor sentido, porque traz para dentro do sistema aquelas pessoas que antes não conseguiam nem entrar em um banco para fazer financiamento”, explicou Jonas.
A Coopercafé conta hoje com 172 cooperados, sendo mais de 70% deles do município de Mâncio Lima, o que revela o protagonismo da cidade nesse novo momento do setor cafeeiro. De acordo com Jonas, o prefeito Zequinha Lima, que também é cooperado, tem sido um dos principais apoiadores da iniciativa. “Ele está investindo fortemente no cooperativismo. E com essa união entre produtores, cooperativa e o poder público, a tendência é só crescer”, disse.
A agroindústria começou a operar no dia 22 de abril e, desde então, está funcionando em plena capacidade. O impacto mais visível é a geração de empregos temporários durante a colheita: mais de 700 pessoas da região do Juruá foram contratadas para trabalhar na safra de café, recebendo entre R$ 100 e R$ 300 por dia.
“Se você colocar uma média de R$ 100 por pessoa, são R$ 70 mil por dia circulando aqui. Em uma semana, são R$ 350 mil. E isso por dois meses consecutivos. É dinheiro indo direto para a mão das famílias. Tem colhedor recebendo até R$ 300 por dia. É um avanço extraordinário”, destacou o presidente da Coopercafé.
Em 2024, a região está colhendo 700 hectares de café. Em 2025, a projeção é chegar a 1.300 hectares, e em 2026, a 1.600 hectares, o que ampliará ainda mais o número de empregos e o impacto econômico positivo.
Jonas também ressaltou a articulação política que tornou possível o investimento. “Esse complexo só está aqui porque tivemos apoio em Brasília. A Perpétua Almeida, que está na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), fez esse elo com o governo federal, com o presidente Lula. Não existe investimento desse porte para o pequeno produtor em nenhum outro lugar da região Norte.”
Para ele, o Complexo do Café não é apenas uma agroindústria — é um projeto de transformação social. “Estamos mudando a história de quem sempre viveu à margem, e agora colhe os frutos do cooperativismo. Isso é desenvolvimento com inclusão”, concluiu.