A rede MapBiomas disponibilizou nesta quarta-feira (10) sua primeira versão do “mapa de agricultura de segunda safra”, reunindo dados de cultivos plantados após a colheita da safra de verão de lavouras temporárias. A intenção é identificar, com precisão, quais áreas agrícolas recebem um segundo ciclo produtivo no mesmo ano — ajudando a monitorar o uso da terra e a fomentar práticas sustentáveis.
O levantamento mostra que, em 2024, foram identificados 14,7 milhões de hectares de milho cultivado na segunda safra, além de cerca de 2,5 milhões de hectares de algodão e 6,5 milhões de hectares dedicados a outras culturas temporárias ou plantio de cobertura. Grande parte do milho de segunda safra — cerca de 95% — foi plantada logo após a colheita da soja.
Para o coordenador do tema de agricultura do MapBiomas, a segunda safra é “um trunfo da agricultura tropical”: além de melhorar o retorno econômico ao produtor, permite intensificar a produção sem expandir fronteiras agrícolas, contribuindo para a conservação da vegetação nativa, fixação de carbono no solo e melhor manejo dos recursos naturais. Porém, ele alerta que a expansão exige cuidado — o uso intensivo pode aumentar o risco de degradação do solo, especialmente diante das mudanças climáticas, como a redução de chuvas e alongamento da estação seca.
O novo mapa está disponível ao público na plataforma do MapBiomas — o que pode auxiliar pesquisadores, planejadores, produtores rurais e ambientalistas a terem uma visão mais clara da dinâmica agrícola nacional e das implicações ambientais e produtivas da chamada “safrinha”.
