Produtores conseguem vender saca de 60Kg de café a mais de R$ 5 mil

Concepção do “fair trade” (comércio justo) está muito presente entre os 9 compradores que vieram ao Acre. Alguns chegam a dizer que não vêm apenas comprar cafés especiais. “Quero saber quanto de história está naquele grão”

Itaan Arruda
Evento da Apex proporcionou bons negócios com compradores de nove países interessados no robustas amazônico. (Foto: Sérgio Vale)

Eriton Macêdo, de Mâncio Lima, e Vanderlei Lara, de Acrelândia, são dois exemplos de pequenos produtores que conseguiram fechar bons negócios com os compradores de 9 países na mediação feita pela ApexBrasil.

Eriton Maia de Macêdo, produtor de Mâncio Lima, negociou o quilo do café a R$ 90. Isso significa que a saca de 60Kg foi vendida a aproximadamente R$ 5,4 mil. É um preço incomum. “Eles queriam que o nosso café fosse embalado à vácuo, com preço a ser acertado no momento da negociação”. Macêdo não tem maquinário para embalar à vácuo ainda. Mas quer atender ao cliente. “Nós vamos buscar parcerias em Rondônia para atender ao cliente”, garantiu.

Vanderlei de Lara, produz café em uma área de quatro hectares no município de Acrelândia. Conseguiu vender três sacas de 60Kg a R$ 4 mil. “Eu me surpreendi. Não achei que eu fosse conseguir vender a esse preço. É o reconhecimento de um trabalho que vem sendo feito há muitos anos e, graças a Deus, está dando certo”.

Vanderlei Lara (chapéu) e Eriton Macêdo fecharam bons negócios com grãos selecionados

Cultivar 100% acreana também consegue bons preços

Celso Caffer, do Ramal Granada, em Acrelândia: “Das cinco amostras, quatro tiveram aprovação e tenho muito mais orgulho por saber que uma das amostras é cem por cento acreana, desenvolvido aqui mesmo no Acre, por mim mesmo

Celso Timpurim Caffer, cafeicultor há mais de 40 anos, também fechou bons negócios. Agricultor do Ramal Granada, peleja na lavoura de café ao lado da esposa e de três filhos. Conseguiu vender a saca a R$ 4 mil e vai participar da Semana Internacional do Café estando entre os 30 melhores grãos do país.

“Foi ótimo para nós mostrarmos o que o Acre hoje é capaz de produzir; para mostrar o potencial que o Acre tem de produzir”, orgulhou-se. Ele levou cinco amostras de três quilos cada. Das cinco amostras, quatro compradores, um da Rússia, outro da Croácia e outro da China demonstraram interesse.

“Das cinco amostras, quatro tiveram aprovação e tenho muito mais orgulho por saber que uma das amostras é cem por cento acreana, desenvolvido aqui mesmo no Acre, por mim mesmo. E que teve interesse por três países: Estados Unidos, Croácia e China”.

Californiana Angelino’s quer 2 a 3 mil sacas de café até 2026

Diretor-executivo da Angelino’s, Kirk Bedrossian, quer entre 2 a 3 mil sacas de café especial até o ano de 2026

O diretor-executivo da Angelino’s Coffe, Kirk Bedrossian, anunciou que a empresa quer 2 a 3 mil sacas de café até 2026. O pedido alto atende à sede da empresa norte-americana com um portfólio de mais de 1 milhão de clientes.

“Vim procurar o que há no café do Acre, no robustas amazônico do Acre. O que eu provei aqui é que o café é limpo, sem fermentação, um sabor natural, com tons de castanha e um pouco de chocolate também”, revelou Bedrossian. “Eu vim atrás de histórias, além do café. Vim ver o reuso de pastagens degradadas, de áreas que foram desmatadas há muito tempo atrás e que agora estão recolocadas na produção com o café, que cria uma zona de proteção para a floresta e que gera renda para o produtor aqui do estado”.

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