Índice do agro lidera perdas na B3 em 2025, com recuo de 8,7% até outubro

Desempenho negativo do IAGRO reflete queda nas commodities agrícolas, papel e celulose, açúcar e álcool

Luiz Eduardo Souza
Foto: Marcos Vicentti/Secom Acre

Entre os principais índices da B3 acompanhados até 24 de outubro de 2025, apenas três registram perdas no acumulado do ano. O IAGRO, que mede o desempenho das ações do agronegócio listadas na bolsa, é o que mais recua, com queda de 8,70% no período, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria. Na sequência aparecem o IMAT, ligado ao setor de materiais básicos, com baixa de 0,64%, e o IBOVB3, que reúne estatais, praticamente estável, com leve variação negativa de 0,13%. O resultado fraco do IAGRO está relacionado à disparidade no desempenho das empresas que compõem sua carteira. Das 30 companhias monitoradas, 19 encerraram o período no vermelho, reflexo da piora em segmentos como commodities agrícolas, papel e celulose, açúcar e álcool, além de bens industriais ligados ao campo.

Algumas ações acumulam quedas expressivas em 2025. A Recrusul (RCSL3) lidera as perdas, com desvalorização de 73,91%, seguida por Raízen (RAIZ4), que recua 55,09%, e Tupy (TUPY3), com retração de 45,17%. Empresas de grande porte no agronegócio também registram desempenho negativo, entre elas Suzano (-20,52%), Cosan (-26,47%) e São Martinho (-35,55%). Por outro lado, alguns papéis conseguiram avançar no ano, como Hidrovias (HBSA3), que apresenta valorização de 58,75%, impulsionada pela recuperação dos fretes e pela melhora das rotas logísticas em comparação a 2024. Criado em 2019, o IAGRO tem histórico de forte volatilidade: acumulou três anos de queda — 2022 (-12,82%), 2024 (-11,35%) e agora 2025 (-8,70%) — e teve seu melhor resultado no primeiro ano, com alta de 46,91%. A sequência de resultados negativos evidencia o cenário desafiador das companhias ligadas ao agronegócio na bolsa, impactadas por custos de produção elevados, retração nos preços internacionais e margens mais apertadas em diversas cadeias.

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