O embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Nekounam Ghadirli, está em Rio Branco. Na agenda oficial que manteve na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac), conversou com o presidente da entidade, Assuero Veronez, com o secretário de Estado de Agricultura, Luiz Tchê, e com o empresário Beto Moreto, do Café Contri. Hoje (10), deve manter encontro com empresários da indústria do café.
Na conversa na sede da Federação da Agricultura e Pecuária, ficou demonstrado interesse em compra de boi vivo, carne, café e castanha. Em troca, o Irã oferece ureia (insumo para composição de fertilizantes), usada na correção dos solos.
Normalmente, o Irã comercializa com empresas de São Paulo. Caso a conversa com o embaixador tenha consequências práticas, a negociação aconteceria direto com empresas do Acre. E a expectativa é que isso diminua custos.
O compromisso oficial do embaixador do Irã no Brasil é demonstração de que os fatores de ordem econômica ignoram as diferenças de matriz ideológica. “O Irã é, sim, um parceiro a ser considerado, apesar dos problemas de ordem geopolítica a serem resolvidos”, afirmou o presidente da Faeac, Assuero Veronez. “Não temos uma pauta muito extensa com eles, mas já há negócios com milho, soja e agora querem carne bovina e o café. Foi uma conversa de aproximação, muito amistosa. Espero que acabe gerando mais oportunidades para o Acre”.
Em 2024, o Acre exportou três toneladas de soja para o Irã.