Acre celebra avanço da cafeicultura com premiação da 3ª edição do QualiCafé

Secretário Luís Tchê destaca que o café acreano ganhou visibilidade internacional e será analisado na Universidade e na Câmara de Comércio de Turim, na Itália.

Luiz Eduardo Souza

O Acre viveu, nesta sexta-feira (10), o ponto alto da 3ª edição do Concurso QualiCafé, que reconhece os melhores cafés produzidos no estado. Durante a cerimônia, o secretário de Estado de Agricultura, Luís Tchê, celebrou os avanços conquistados nos últimos anos e afirmou que o evento é uma vitrine para mostrar ao Brasil e ao mundo que o Acre preserva a floresta e produz café de qualidade.

“Desde o primeiro concurso eu dizia que o objetivo era mostrar que o Acre preserva a floresta e planta café, e café de qualidade. Hoje chegamos ao ápice dessa caminhada. Já distribuímos quase R$ 150 mil em prêmios, mas o maior prêmio é o conhecimento. Os 15 produtores do ‘top 15’ vão para a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, e é lá que tudo muda. Eles veem o mercado, fazem contatos e voltam com outra visão”, afirmou o secretário.

Luís Tchê ressaltou que a capacitação dos produtores foi essencial para elevar o nível da produção. “Se você olhar do ano passado para cá, a qualidade do nosso café melhorou 100%. Isso é resultado direto das capacitações que fizemos com nossos produtores e produtoras. Hoje o Acre tem um café competitivo, que conta uma história de preservação”, destacou.

O secretário também lembrou a missão realizada à Itália, onde produtores acreanos participaram de uma mostra internacional e apresentaram o café local à tradicional empresa Lavazza, uma das maiores do mundo. “Quando estivemos em Turim, o embaixador ficou emocionado. Ele nem sabia que o Acre plantava café. Foi muito bonito ver cada produtor contando sua história e ver o interesse dos italianos pelo nosso produto”, relatou.

Segundo Tchê, o café acreano segue agora para uma nova etapa de reconhecimento técnico. “O nosso café está indo para a Universidade de Turim e para a Câmara de Comércio de Turim, onde será feita a análise química. Isso é um passo enorme. Já temos comprador interessado em contêineres, mas precisamos garantir produção constante. Não adianta vender este mês e não ter no próximo. O caminho agora é consolidar essa cadeia produtiva”, pontuou.

Novos projetos para 2026

O secretário também adiantou alguns dos planos da Secretaria de Agricultura para 2026, com foco em sustentabilidade e tecnologia. Entre as ações previstas estão o programa de construção de tanques para captação de água da chuva e a análise de solo em tempo real, utilizando aparelhos de alta tecnologia.

“A gente precisa aproveitar essa água maravilhosa que cai da chuva. Não podemos deixar ela escorrer embora. Também estamos com o programa de análise de solo. Já temos aparelhos calibrando em São Paulo e outros trabalhando aqui. Imagina o produtor com a análise do solo em mãos, sabendo exatamente o que plantar e como adubar. Isso vai mudar tudo”, explicou.

Além do café, Tchê destacou o potencial de outras cadeias produtivas como o cacau e o mel, que devem ganhar força nos próximos anos. “Essas culturas vão dar dignidade ao produtor. Ele pode continuar com sua macaxeira, banana, melancia, mas também vai ter o café e o cacau, que pode armazenar e vender na entressafra. Esse é o nosso objetivo: garantir renda, qualidade e dignidade para quem vive no campo”, finalizou.

Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *