Em 2024, EUA importou 40% da castanha-do-Brasil beneficiada pela Cooperacre

A baixa extração da castanha-do-Brasil em 2025, praticamente, teve que priorizar mercado brasileiro

Itaan Arruda
Em 2025, a safra baixa de castanha pressionou para abastecimento do mercado brasileiro. (Foto: Sérgio Vale)

Diferente da carne bovina, o comércio da castanha do Brasil beneficiada no Acre deve sentir diretamente os impactos da sobretaxa de 50% imposta pelo governo norte-americano aos produtos brasileiros. A maior cooperativa do Acre, Cooperacre, comercializou 40% do que beneficiou para o mercado dos EUA em 2024.

Foram 528 toneladas de castanhas que saíram do Acre diretamente para os portos dos Estados Unidos. A indústria alimentícia norte-americana é muito exigente quanto à qualidade. Pertencer à lista de empresas norte-americanas nesse segmento do comércio é estratégico para o portfólio da cooperativa.

A safra de 2025 foi baixa. Independente da decisão do governo Trump, o cenário já estava complicado. “Ano passado e ano retrasado, nós vendemos bem para os Estados Unidos. Esse ano, nós tínhamos planejado vender para lá, mas como a matéria prima estava escassa e o preço ficou elevado, então, acabamos vendendo praticamente cem por cento aqui no Brasil”, afirmou o superintendente da Cooperacre, Manoel Monteiro. “Os outros fornecedores que possivelmente estejam exportando pra lá também vão ter problemas e vão querer comercializar aqui também e isso acaba impactando no preço aqui”.

A safra baixa e a prioridade dada ao abastecimento do mercado brasileiro tornaram a Cooperacre menos vulnerável aos humores do mercado norte-americano em 2025.

Exportação de Castanha-do-Brasil para os Estados Unidos

Ano                                Quantidade (em Kg)

2021                                  432.000

2023                                  352.000

2024                                  528.000

Fonte: Cooperacre

Comércio inviabilizado com sobretaxa

O diretor comercial da Cooperacre, Kássio Almada, avalia que da forma como está o comércio fica, na prática, inviabilizado com a sobretaxa de 50%. A escassez do produto já iria apresentar um contexto de alta de preço. Somado a isso, a taxação feita no início do governo Trump e agora a sobretaxa anunciada, na prática, fecha o mercado ao produto acreano.

“Levando em conta a frustração de safra deste ano e o alto preço que a matéria-prima chegou, o tarifaço do governo americano inviabiliza qualquer perspectivas de novas negociações com os nossos clientes de lá, revelou o diretor comercial da Cooperacre, Kássio Almada.

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