Manter lavoura de soja no vazio sanitário é crime, alerta coordenadora do IDAF

Período sem plantio é essencial para conter avanço da ferrugem asiática, doença que pode devastar plantações inteiras no Acre

Luiz Eduardo Souza
Ligiane Amorim, coordenadora do IDAF. Foto: Reprodução

A permanência de plantas de soja no campo durante o vazio sanitário é proibida e configura crime ambiental, segundo alerta da engenheira agrônoma Ligiane Amorim, coordenadora do Programa de Sanidade das Grandes Culturas do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF). A medida, adotada anualmente após a colheita, é uma das principais estratégias no combate à ferrugem asiática, considerada a doença mais severa da cultura da soja no Brasil.

“O produtor precisa entender que, durante o vazio, não pode haver planta viva de soja. Nem plantada, nem rebrotando espontaneamente. A permanência da planta nesse período alimenta o fungo e coloca em risco toda a próxima safra. Manter plantação é crime, sim”, reforça Ligiane.

A ferrugem asiática é causada por um fungo que se espalha com facilidade pelo vento, tratores e até pelas roupas dos trabalhadores. O controle é difícil quando os sintomas já estão visíveis na planta. Por isso, o manejo precisa ser preventivo, com aplicações de fungicidas antes do aparecimento da doença — e com o cumprimento rigoroso do vazio sanitário.

“O fungo é muito voraz. Quando você vê a mancha na folha, o dano já está feito. Por isso, além do monitoramento constante, o intervalo sem cultivo é essencial”, explica a coordenadora.

No Acre, o calendário do vazio sanitário é definido por legislação específica e fiscalizado por órgãos como o IDAF e o Ministério da Agricultura. O descumprimento pode gerar multas, embargos e outras penalidades administrativas.

“O vazio é uma medida coletiva. Um único produtor que mantém soja no campo coloca todos os outros em risco. É uma questão de responsabilidade com a produção agrícola do estado”, conclui Ligiane Amorim.

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