Verão reacende pressão para reduzir pauta do boi gordo no Acre

Em 2024, a seca severa fez muitos pecuaristas terem prejuízos com manutenção de gado em pasto seco. O invernista não quer viver o problema novamente e inicia pressão para vender o gado fora do Acre

Itaan Arruda
Pecuaristas temem novo prejuízo com a chegada da seca nos pastos.

Os frigoríficos do Acre com selos de inspeção federal, estadual e municipal aumentaram em quase 10% o número de abates nos cinco primeiros meses de 2025, comparado ao mesmo período de 2024. Entre janeiro e maio, foram 241.379 abates em 2024. Em 2025, subiu para 264.921. Os dados são do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre.

A saída de boi gordo para outros estados aumentou. Nos cinco primeiros meses do ano de 2024, saíram 72.159 animais. No mesmo período, em 2025, foram abatidos fora do Acre 153.016 animais.

Os pecuaristas estão reclamando da “escala de abate”. Para usar uma expressão popular: a fila dos frigoríficos está grande, na avaliação de alguns. Se os frigoríficos estão demorando para abater,  os custos para manutenção do animal seguem com o produtor. E com o verão se aproximando e os pastos ficando cada vez mais comprometidos. A alternativa possível é abater fora do Acre. Daí, a pressão para que o Governo do Estado cobre menos imposto na saída do animal. Simplificando, o roteiro do problema é esse.

O argumento é que a comercialização de boi gordo fora do Acre diminui a pressão do pasto no período do verão, capitaliza o pecuarista que compra o bezerro aqui e reinicia o ciclo. O problema que enfraquece a pressão de alguns pecuaristas em cima do Governo do Acre no atual cenário: a saída de bezerros dobrou e o abate teve aumento de quase 10%. Sem contar outro fator: os frigoríficos estão investindo e aumentando a capacidade de abate. É mais um fator que enfraquece a pressão dos pecuaristas em cima da Sefaz.

O enfrentamento da estiagem não é fácil para ninguém. Sobretudo para o pecuarista, tendo que manter o boi no pasto. A ordem é vender o quanto antes. Ocorre que os números de 2025 não ajudam a pressão. Não justificam. O problema foi o traumático ano de 2024. Sem contar outro detalhe: caso o Governo do Acre baixasse a pauta do boi gordo, quem estaria sendo beneficiado de forma mais imediata seriam os frigoríficos de Rondônia. Politicamente, talvez não seja algo positivo para o Palácio Rio Branco.

Saída de Gado para Outros Estados (Jan–Mai)

AnoMêsQuantidade
2024Janeiro10.316
2024Fevereiro10.740
2024Março12.243
2024Abril16.764
2024Maio22.096
2025Janeiro23.857
2025Fevereiro28.871
2025Março26.945
2025Abril40.174
2025Maio33.169

Abates Frigoríficos SIE/SIF/SIM (Jan–Mai)

AnoMêsQuantidade
2024Janeiro46.286
2024Fevereiro46.222
2024Março43.492
2024Abril52.364
2024Maio53.015
2025Janeiro55.608
2025Fevereiro53.227
2025Março50.432
2025Abril51.008
2025Maio54.646
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