Cacau do Acre tem demonstrado viabilidade econômica e ambiental

A Rota do Cacau impulsiona a produção sustentável e abre caminhos para o fortalecimento da cadeia produtiva, destacando o potencial econômico do estado.

Luiz Eduardo Souza
A "Rota do Cacau" no Acre impulsiona a produção sustentável do cacau, conectando produtores, comunidades e instituições. Foto: Reprodução.

A cadeia produtiva do cacau tem demonstrado viabilidade, impulsionado pela sua biodiversidade e pelo conhecimento ancestral dos povos tradicionais. O Estado tem investido tanto no cacau nativo, que cresce naturalmente na floresta, quanto no cacau de cultivo, a partir de material genético de alta produtividade, com foco na sustentabilidade e no fortalecimento da economia local.

Com um aroma marcante, sabor único e características genéticas diferenciadas, o cacau do Acre tem atraído a atenção de especialistas em chocolate do Brasil e do mundo, apontando para um futuro promissor para a cultura cacaueira na região. Ao contrário das grandes plantações comerciais do Sudeste e do Sul da Bahia, o cacau nativo acreano se desenvolve naturalmente nas matas, especialmente nas regiões do Juruá, Tarauacá/Envira, Purus e Alto Acre.

Visando explorar o potencial da cultura cacaueira, a Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) tem investido no fomento à produção do cacau nativo e cultivado desde 2023. “O nosso cacau tem uma genética de alto valor, por isso, acreditamos que o Acre tem um grande potencial de crescimento. A nossa expectativa é que, nos próximos anos, o cacau se torne uma das principais cadeias produtivas do estado”, afirma o secretário de Agricultura, Luis Tchê, ao site Agência de Notícias do Acre.

A “Rota do Cacau” é um projeto fundamental para esse crescimento. Ele visa mapear, fortalecer e integrar todos os elos da cadeia produtiva, conectando produtores rurais, extrativistas, comunidades indígenas, agroindústrias, universidades e o poder público. O objetivo é impulsionar a produção sustentável e agregar valor ao cacau, tornando a produção acreana cada vez mais competitiva no mercado.

A iniciativa abrange desde o cultivo e beneficiamento até a comercialização e exportação, oferecendo capacitação técnica, infraestrutura, certificações e abertura de novos mercados, sempre alinhada à conservação da floresta.

Marcos Rocha, chefe da Divisão de Produção Familiar da Seagri e mestre em Gestão e Conservação de Recursos Naturais, destaca que a Rota do Cacau ainda está em fase de construção. “Estamos mapeando as plantações no estado, registrando as informações em um banco de dados, realizando visitas aos produtores e oferecendo orientação técnica. Também estamos trabalhando na questão do controle de pragas e no incentivo ao manejo adequado da floresta”, explicou em entrevista ao site Agência de Notícias do Acre.

Um dos projetos aprovados recentemente pelo Programa REM visa a implantação de uma agroindústria de chocolate, liderada por mulheres, em Cruzeiro do Sul. Esse é um exemplo do impacto social e econômico do projeto, que já mapeou mais de 300 famílias, incluindo populações indígenas, ribeirinhos, extrativistas e produtores rurais.

A “Rota do Cacau” conta com o apoio de várias parcerias, incluindo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a Universidade Federal do Acre (Ufac), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre (Idaf), a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), além de prefeituras, cooperativas e associações de produtores.

Fonte: Agência de Notícias do Acre.

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