Proposta sugere redirecionar crédito agrícola para ampliar seguro rural

Cobertura do seguro rural no Brasil recuou para 7,4% da área cultivada e deve atingir em 2025/26 o menor nível em uma década.

Luiz Eduardo Souza
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou nesta semana ao Ministério da Agricultura um conjunto de propostas que visam fortalecer a agropecuária nacional no próximo Plano Safra 2025/26. Entre os principais pontos estão o aumento no acesso ao crédito, o fortalecimento de mecanismos de gestão de risco como o seguro rural e o incentivo a práticas sustentáveis. A CNA também defende medidas para desburocratizar procedimentos operacionais, facilitando o dia a dia dos produtores rurais, especialmente os pequenos e médios. O documento destaca que, com um Plano Safra mais eficiente, o setor poderá expandir sua produtividade de forma sustentável, mantendo o Brasil como referência mundial em segurança alimentar. “O objetivo é garantir que o produtor rural tenha mais previsibilidade, segurança e apoio para investir na produção”, afirma a entidade em nota oficial. Foto: Reprodução

O redirecionamento de parte dos recursos do crédito agrícola para o seguro rural foi debatido nesta sexta-feira (19), durante o Seminário Técnico Nacional sobre Gestão de Riscos Agropecuários e Seguros Paramétricos, realizado na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo (SP). A medida é apontada como alternativa para reduzir as perdas da agricultura diante das mudanças climáticas e aumentar a segurança financeira do setor.

Atualmente, apenas 7,4% da área semeada no Brasil conta com cobertura de seguro rural. Esse índice, que já chegou a 13%, vem registrando queda nos últimos anos. Para a safra 2025/26, a estimativa é de que os recursos destinados ao seguro cubram cerca de 5 milhões de hectares — o menor volume assegurado em uma década.

Segundo os especialistas presentes, a realocação de recursos poderia tornar o seguro rural mais acessível e efetivo, ao mesmo tempo em que reduziria a dependência de renegociações de dívidas e diminuiria a pressão sobre as contas públicas. Outro ponto em discussão é o aproveitamento dos valores não executados do crédito agrícola, que poderiam ser transferidos para fortalecer o programa de seguro.

O debate também envolveu a necessidade de uma proposta robusta e alinhada entre União, estados e Congresso Nacional, garantindo que os recursos públicos destinados ao seguro cheguem de forma eficiente aos produtores. Além disso, foram levantadas preocupações sobre a eficácia do atual Plano Safra, em meio ao impacto de juros elevados sobre os financiamentos.

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