Café encerra dezembro com volatilidade e atenção ao clima

Fim de ano é marcado por ajustes de posições, menor liquidez e expectativa sobre a produção de 2026 no Brasil e no exterior

Luiz Eduardo Souza

O mercado do café chega ao final de dezembro em um cenário de volatilidade e cautela, típico do encerramento do ano. A redução no volume de negociações, comum neste período por conta das festas e do recesso de agentes financeiros, tem contribuído para oscilações mais sensíveis nos preços, tanto no mercado interno quanto nas bolsas internacionais.

No campo dos fundamentos, o clima segue como principal fator de atenção. No Brasil, maior produtor mundial, o desenvolvimento da próxima safra continua sendo monitorado de perto, especialmente após períodos de irregularidade nas chuvas em algumas regiões cafeeiras. Qualquer sinal de estresse climático tende a gerar reação imediata do mercado, ainda mais em um momento de menor liquidez.

No cenário internacional, a oferta de café robusta influencia o comportamento dos preços, com a entrada de produto de países asiáticos e africanos pressionando o mercado em determinados momentos. Ao mesmo tempo, a demanda global segue firme, sustentada pelo consumo em grandes mercados, o que ajuda a limitar quedas mais acentuadas.

No mercado físico brasileiro, produtores adotam postura mais defensiva, com vendas pontuais e maior seletividade. Muitos preferem aguardar definições mais claras sobre o comportamento do mercado no início de 2026, enquanto cooperativas e exportadores ajustam estoques e contratos para o novo ano.

Para o encerramento de dezembro, o sentimento predominante é de equilíbrio instável, com o mercado do café reagindo a fatores climáticos, câmbio e movimentações técnicas. A expectativa é de que janeiro traga maior clareza sobre o ritmo das negociações e as perspectivas efetivas para a próxima safra.

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