O Acre pode passar da classificação de “risco médio” para “risco alto” em relação à praga da mosca da carambola. A expectativa é essa entre os técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), após a declaração de área de quarentena a três municípios do Amazonas (Itacoatiara, Manaus e Rio Preto da Eva), oficializada ontem (22) pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart.
“Como os três municípios do Amazonas foram incluídos como área sob quarentena devida à recente detecção da praga, nosso status, provavelmente, irá mudar para ‘alto risco’”, antevê a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Idaf, Gabriela Tamwing. “Temos que aguardar a publicação do Ministério da Agricultura”.
A praga “mosca da carambola” é de difícil controle. Chegou ao Brasil em 1996 pelo Estado do Amapá. Atualmente, há registros também no Pará, Roraima e, agora, no Amazonas. Por isso, a expectativa do Idaf/AC de que o Mapa aumente a classificação de risco do estado.
É um grande desafio para os técnicos do instituto o monitoramento dessa praga. Há trabalho de prevenção em 18 dos 22 municípios. A praga da mosca da carambola, na verdade, não se restringe à carambola. Ela atinge 30 frutos hospedeiros. E isso pode ter impacto econômico grave. A parceria com os produtores é necessária. Por isso, ao receber a visita dos técnicos do Idaf, os agricultores precisam atentar para as orientações.
“Hoje estamos no status de médio risco que estipula uma cota mínima de 40 armadilhas do tipo Jackson no estado, com monitoramentos de 14 a 16 dias”, explicou o coordenador do programa de Combate à Mosca da Carambola, Flávio Daniel. “Se passarmos para a nova classificação de alto risco, teremos que aumentar de 40 para 100 o número de armadilhas”.
De acordo com o coordenador do programa, o Idaf já planejava ampliar o número de armadilhas, “independentemente da classificação que o mapa determinasse para o estado”. E o motivo foi o registro de casos no vizinho Amazonas. “Já estávamos planejando aumentar assim que soubemos da suspeita da mosca no estado do Amazonas, nossa intenção era antecipar uma possível alteração do Mapa da quantidade de armadilhas”.
É possível que sejam instaladas barreiras sanitárias na divisa dos dois estados em pontos específicos. “Já para o início de 2026, iremos intensificar os monitoramentos e fiscalizações nas barreiras com o estado do Amazonas em relação ao fluxo de frutos hospedeiros”, antecipou Flávio Daniel.
O monitoramento feito pelo instituto em 18 municípios do Acre ocorre por meio de armadilhas instaladas em pontos estratégicos. A expectativa dos técnicos do Idaf é que haja, em 2026, o reforço dessas ações, com instalação de mais armadilhas e trabalhos mais intensos de educação sanitária junto aos agricultores.
Na portaria assinada ontem (22) pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, Carlos Goulart, ficou estabalecida também uma “Zona Tampão” para a Bactrocera carambolae, no estado do Amazonas.
Compõem essa Zona Tampão os municípios de Manacapuru, Parintins, Tefé, Coari, Tabatinga, Iranduba, Maués, Humaitá, Manicoré, São Gabriel da Cachoeira, Lábrea, Autazes, Benjamin Constant, Boca do Acre, Eirunepé, São Paulo de Olivença, Borba, Barreirinha, Presidente Figueiredo, Careiro, Carauari, Santo Antônio do Içá, Fonte Boa, Jutaí, Nova Olinda do Norte, Boa Vista do Ramos, Urucurituba, Ipixuna, Novo Aripuanã, Codajás, Beruri, Apuí, Nhamundá, Tapauá, Careiro da Várzea, Tonantins, Pauini, Urucará, Barcelos, Canutama, Anori, Envira, Alvarães, Novo Airão, Manaquiri, Atalaia do Norte, Maraã, Uarini, Caapiranga, Guajará, Santa Isabel do Rio Negro, Silves, São Sebastião do Uatumã, Itamarati, Amaturá, Juruá, Itapiranga, Anamã e Japurá.
