O preço da cartela de ovos segue pesando no bolso do consumidor acreano, e o motivo está diretamente ligado ao aumento dos custos de produção — especialmente do milho, principal componente da ração das aves. No Acre, uma saca de milho pode chegar a R$ 70 a R$ 80, patamar que pressiona toda a cadeia e reduz o poder de compra dos produtores locais.
Segundo análises do Cepea/Esalq, o encarecimento do milho em todo o país tem relação com a retomada da demanda interna, a limitação da oferta imediata por parte dos vendedores e a influência das exportações, que seguem aquecidas. Mesmo que o Acre dependa em grande parte do milho vindo de outros estados, os custos logísticos elevam ainda mais o valor final do insumo no mercado local.
Preços da cartela no Acre
Com a ração mais cara, os produtores enfrentam dificuldade em manter a oferta sem repassar parte do aumento ao consumidor. Isso explica por que os valores seguem firmes no estado:
- Vendas de bairro e pequenos comércios: entre R$ 20 e R$ 22 por cartela com 30 ovos
- Grandes redes de supermercados: valores que podem chegar a R$ 30
A diferença ocorre devido à estrutura de custos: supermercados trabalham com logística mais complexa, padrões de classificação, refrigeração e fornecedores fixos, enquanto pequenos comércios podem repassar de forma mais direta produtos vindos de granjas locais.
Oferta, demanda e pressão no mercado
O Acre não é um grande polo produtor de ovos — a maior parte do abastecimento vem de outros estados. Com isso, qualquer variação nos custos do milho, do transporte ou da oferta nacional impacta rapidamente os preços locais.
Além disso, o fim de ano costuma registrar aumento da procura, o que reduz a liquidez e pressiona os estoques das granjas. O resultado é um cenário em que os produtores trabalham com margens mais apertadas e pouco espaço para reduzir preços.
Tendência
Com o milho ainda em patamar elevado e o setor dependendo de insumos importados de fora do estado, a expectativa é de estabilidade ou até de novos ajustes para cima, caso a demanda siga firme. Para o consumidor acreano, a recomendação é pesquisar preços — já que a diferença entre o bairro e o supermercado pode passar de R$ 10 por cartela.
