Professores e alunos indígenas recebem bolsas para preservar a pesca artesanal no Acre

Comunidade também é incentivada a pesquisar o processo de pesca. Incentivo de R$ 300 será destinado a 29 estudantes pelo período de um ano

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Programa oferece oportunidade para que educadores e alunos se envolvam em projetos de pesquisa que beneficiam diretamente as comunidades pesqueiras. (Foto: Diego Gurgel)

O governo do Acre, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapac), beneficiou estudantes e professores indígenas dos povos Kaxinawá, Katukina e Yawanawá, contemplados no Programa de Bolsas de Iniciação Científica Júnior Jovem Cientista da Pesca Artesanal. realizado em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).

Os recursos foram repassados na última sexta-feira, 21, com bolsas de pesquisa no valor de R$ 300 para 29 estudantes, por um período de 12 meses, totalizando R$ 3,6 mil para cada estudante e R$ 10 mil para 11 professores, pagos em parcela única para cada docente.

O principal objetivo do programa é fornecer apoio financeiro para projetos de pesquisa e bolsas de iniciação científica júnior a alunos do ensino médio e fundamental da rede pública. As iniciativas são voltadas principalmente para pescadores artesanais e seus descendentes, incluindo a juventude indígena.

De acordo com o edital do programa, o governo pretende motivar estudantes a se interessarem por ciências e tecnologias, especialmente aqueles envolvidos na pesca artesanal e seus familiares.

Além de fomentar a pesquisa científica, estimulando professores e alunos da rede pública a desenvolver projetos de pesquisa com foco nas realidades das comunidades pesqueiras artesanais, será possível avançar no conhecimento científico e tecnológico, abordando temas relevantes para as comunidades pesqueiras artesanais, trabalhando para diminuir a evasão escolar e melhorar o desempenho acadêmico dos bolsistas, incentivando a permanência e o sucesso escolar.

O presidente da Fapac, Moisés Diniz, destaca que a iniciativa também prepara os jovens para oportunidades no mercado da bioeconomia amazônica, estimulando práticas sustentáveis sob os aspectos econômico, ambiental e social.

“Nossos rios eram o supermercado dos nossos avós. Precisamos resgatar e valorizar essa tecnologia de sobrevivência na Amazônia”, ressalta.

O professor Michael Katukina, beneficiado com uma das bolsas de pesquisa, fala sobre o projeto e sua importância para a comunidade indígena. “É uma iniciativa que amplia o processo de ensino-aprendizagem de forma prática e significativa, promovendo a pesquisa do campo e fortalecendo o vínculo entre a escola, comunidade e cultura. Contribui para que todos os alunos compreendam a importância da pesca artesanal, no aspecto ambiental, econômico e social na região, resgatando os locais perdidos da comunidade indígena. Isso é muito importante para nós, professores aqui da escola; resgatar essa cultura, para que os alunos observem a importância do projeto”, analisa.

O docente acrescentou que a iniciativa traz aos estudantes oportunidade de desenvolvimento, responsabilidade e valorização cultural: “Aprender, analisar dados e propor solução para os problemas reais no Projeto Jovens Cientista da Pesca Artesanal, tendo contato direto com os pescadores, para eles aprenderem de que forma é feita a pesca, resgatando essa cultura nos locais indígenas, das terras indígenas nas aldeias, é muito importante. O ambiente da natureza valoriza o conhecimento tradicional e desperta nos jovens o respeito pela prática cultural da comunidade. Isso é muito importante e aqui, na nossa comunidade indígena, os jovens estão muito felizes com a oportunidade que o projeto está trazendo, como forma de incentivo para que a pesca artesanal não possa ser esquecida; é uma cultura para ser resgatada”.(Texto de Annie Manuela, extraído da Agência de Notícias do Acre)

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