O início da semana trouxe movimentação de alta nas cotações do boi gordo em diferentes regiões do país, impulsionada por um fluxo exportador aquecido e pelo fortalecimento do consumo doméstico. Em relatório divulgado à imprensa, ficou registrado que “O mercado físico do boi gordo iniciou a semana apresentando alta generalizada nos preços. Segundo a consultoria Safras & Mercado, frigoríficos de menor porte enfrentaram escalas de abate mais apertadas, comprando de forma mais agressiva, enquanto os de maior porte atuam de maneira mais comedida, aproveitando a boa incidência de animais de parceria.”
A combinação entre demanda externa consistente e maior procura interna, influenciada por fatores sazonais, vem sustentando as cotações do boi gordo. Em São Paulo, por exemplo, as negociações já se aproximam dos R$ 320/@ na modalidade a prazo, refletindo a pressão compradora em momentos de oferta ajustada.
Pressão na indústria e variação regional das cotações do boi gordo
O comportamento dos frigoríficos tem sido um dos pontos centrais para explicar a movimentação dos preços. Enquanto plantas de menor porte reduzem suas escalas e elevam as compras, unidades maiores optam por operar com mais cautela, buscando aproveitar a oferta de animais em regime de parceria. Esse cenário cria um ambiente favorável para valorização das cotações do boi gordo, especialmente nas praças onde a disponibilidade diminui mais rapidamente.
Os valores apurados no mercado mostraram essa heterogeneidade regional. Conforme os dados informados pela fonte, os preços do boi gordo (arroba) ficaram registrados como: “São Paulo: R$ 315,42 a prazo”, “Goiás: R$ 305,86”, “Minas Gerais: R$ 304,41”, “Mato Grosso do Sul: R$ 328,18” e “Mato Grosso: R$ 302,27”. A leitura dessas cotações indica uma leve predominância de alta, com destaque para Mato Grosso do Sul, onde a arroba aparece como a mais valorizada entre as regiões listadas.
Mercado atacadista, consumo interno e fatores sazonais
No atacado, a pressão não foi tão imediata, e os preços permaneceram mais acomodados durante a segunda-feira, mas o ambiente de negócios aponta para possível continuidade do movimento de alta no curtíssimo prazo. Entre os fatores citados como sustentação do consumo estão o pagamento do 13º salário, a criação de postos temporários de emprego e as confraternizações típicas da época, que costumam elevar a demanda por cortes bovinos.
Os preços no atacado registrados na abertura da semana foram informados exatamente como: “Quarto traseiro: R$ 25,00”, “Quarto dianteiro: R$ 18,20” e “Ponta de agulha: R$ 17,20”. Esses valores mostram um mercado atacadista ainda relativamente estável, mas sensível a um repique de consumo que, se confirmado, poderá impulsionar novamente as cotações do boi gordo na próxima semana.
Câmbio e perspectivas de curto prazo para as cotações do boi gordo
O cenário cambial também exerce influência sobre as exportações e, por consequência, sobre as cotações do boi gordo. No fechamento da sessão analisada, “O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,41%, cotado a R$ 5,3702 para venda e R$ 5,3682 para compra, oscilando ao longo do dia entre R$ 5,3603 e R$ 5,3853.” Uma moeda americana mais baixa torna os produtos brasileiros menos competitivos por preço na ponta externa, mas a vigência de contratos e a dinâmica de demanda global podem manter o fluxo de embarques em níveis elevados, sustentando os preços domésticos.
Para os próximos dias, a expectativa entre agentes do mercado é de que as cotações do boi gordo sigam pressionadas pelos ajustes de oferta e pela continuidade do consumo sazonal. Frigoríficos de menor porte podem continuar buscando animais de forma mais agressiva, enquanto plantas maiores modulam compras conforme suas escalas, o que deve manter a volatilidade das cotações em diferentes regiões.
Em resumo, a conjunção entre exportações em alta, aceleração do consumo interno e ajuste de escalas nas indústrias tende a manter as atenções voltadas para as cotações do boi gordo nas próximas semanas, com possíveis oscilações regionais e influência direta das condições cambiais.
