O estoque de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) atingiu R$ 608,13 bilhões em setembro, um crescimento de 23% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados são da nova edição do Boletim de Finanças do Agro, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Nos últimos quatro anos, entre setembro de 2021 e setembro de 2025, o volume de LCAs quadruplicou, saltando de R$ 148 bilhões para R$ 608 bilhões, consolidando-se como o principal instrumento financeiro privado de apoio ao setor agropecuário.
A LCA é um título financeiro emitido por bancos e lastreado em recebíveis do agronegócio. Segundo dados preliminares do Banco Central, sua participação como fonte de recursos do crédito rural ficou próxima de 37% entre julho e setembro deste ano — o maior percentual entre todas as modalidades de financiamento do setor.
Outro destaque do boletim é o desempenho da Cédula de Produto Rural (CPR), cujo estoque alcançou R$ 527,43 bilhões em setembro, um aumento de 27% frente ao mesmo período de 2024. As emissões da safra 2025/26, entre julho e setembro, somaram R$ 105,64 bilhões, ligeiramente acima (1%) do registrado na safra anterior.
De acordo com o Banco Central, 65% das CPRs emitidas nesta safra foram destinadas a instituições financeiras, enquanto 35% foram direcionadas ao mercado de capitais.
Em relação a outros títulos do agronegócio, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) apresentaram estoque de R$ 162 bilhões, um crescimento de 17% em doze meses. Já os Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) somaram R$ 32 bilhões, registrando queda de 17% no mesmo período.
O relatório informa ainda que a atualização dos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagro) foi temporariamente interrompida, em razão do processo de adaptação desses fundos às novas regras da Resolução CVM 175.
