Marcha das Mulheres Indígenas é debatida no Acre, um dos campeões de feminicídio

Evento reúne lideranças femininas de diferentes territórios nos dias 22 e 23 de julho, na Transacreana, e fortalece articulação política das mulheres indígenas rumo à mobilização nacional em Brasília

Luiz Eduardo Souza

A Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia (SITOAKORE) será anfitriã da Conferência Estadual Samaúma, etapa preparatória da IV Marcha das Mulheres Indígenas. O evento acontece nos dias 22 e 23 de julho no sítio da Comissão Pró-Índio (CPI), localizado no km 7 da estrada Transacreana, em Rio Branco.

A conferência integra o ciclo de escutas e mobilizações promovidas pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), em parceria com o Ministério das Mulheres e o Ministério dos Povos Indígenas. As ações são financiadas por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED), com foco no fortalecimento da participação política, social e cultural das mulheres indígenas em todo o país.

No Acre, o encontro reunirá representantes de diversos povos e territórios para o intercâmbio de experiências e a construção coletiva de propostas que reflitam as realidades vividas pelas mulheres nas comunidades. A etapa estadual é considerada estratégica por estar inserida em uma das regiões com maior diversidade étnica da Amazônia brasileira.

A Conferência Estadual Samaúma conta com o apoio da Comissão Pró-Índio (CPI), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), do projeto Ser Mulher e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPI). A iniciativa abrange também mulheres indígenas de estados vizinhos, como o Sul do Amazonas e o Noroeste de Rondônia.

O ciclo de conferências estaduais culmina na IV Marcha das Mulheres Indígenas, que será realizada de 2 a 8 de agosto em Brasília. A mobilização nacional deve reunir milhares de lideranças femininas de todos os biomas e regiões do Brasil. As delegações levarão ao centro do poder político do país as principais demandas e propostas construídas em seus territórios, com o objetivo de ampliar a representatividade das mulheres indígenas na formulação de políticas públicas.

Com o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade através das raízes ancestrais”, a marcha deste ano reforça o papel das mulheres indígenas como guardiãs dos territórios, das florestas e dos conhecimentos tradicionais. A presença ativa nas conferências estaduais e na marcha nacional marca uma nova etapa na luta por direitos e pelo reconhecimento da diversidade das mulheres originárias.

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