Quem caminha pelos corredores do Mercado da Estação, em Rio Branco, logo se depara com uma banca repleta de cores, aromas e sabores que remetem à culinária tradicional da região Norte. É ali que o feirante Raimundo da Silva, de 58 anos, trabalha há mais de duas décadas vendendo hortaliças frescas e produtos típicos como tucupi, goma de tapioca, molho de pimenta caseiro, cheiro-verde e outras iguarias que não podem faltar na mesa do acreano.
Com um sorriso no rosto e atendimento acolhedor, Raimundo conta que vem de uma família de agricultores e que aprendeu desde cedo a lidar com a terra. Toda semana, ele recebe mercadorias de produtores da região e também prepara em casa alguns produtos, como o tucupi e o molho de pimenta, feitos de forma artesanal, com receitas que passam de geração em geração.
“Tem muita gente que já vem direto procurar meu tucupi ou a goma, porque sabem que é de qualidade. A gente faz com carinho, como se fosse pra nossa própria casa”, afirma o feirante, orgulhoso do trabalho que realiza.
Além dos produtos prontos, a banca de Raimundo também oferece hortaliças fresquinhas, como alface, cebolinha, couve, jambu, chicória e coentro, tudo colhido no dia anterior. Ele acredita que manter essa diversidade é uma forma de valorizar os saberes tradicionais e de garantir que a cultura alimentar do Acre continue viva, mesmo diante das mudanças do tempo e da modernização do consumo.
Para ele, a feira não é apenas um local de venda, mas um ponto de encontro, onde histórias, receitas e amizades se misturam. “Aqui a gente não vende só comida, vende também afeto e lembrança de casa”, resume.