Ventos frios exigem atenção de produtores rurais de todo Acre

Com queda de temperatura, produtores rurais enfrentam desafios no manejo de pastagens, hortaliças e frutas; risco de geadas preocupa regiões como Brasileia e Xapuri

Apesar da Amazônia ser conhecida pelo clima quente e úmido, o início oficial do inverno nesta sexta-feira (20) trouxe uma mudança significativa no tempo no Acre, com queda nas temperaturas e ventos frios, principalmente nas regiões do Alto e Baixo Acre. O fenômeno, comum nesta época do ano, afeta diretamente a rotina de produtores rurais e impõe adaptações nas atividades do campo.

Em municípios como Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri, os termômetros devem registrar mínimas abaixo dos 15 °C durante a noite nos próximos dias. Embora as temperaturas não sejam extremas, o frio já começa a impactar o desenvolvimento das pastagens, o desempenho do gado e a produção de hortaliças mais sensíveis.

“O frio desacelera o crescimento da forragem, e isso pode prejudicar o ganho de peso dos animais, especialmente em sistemas de pastejo direto”, explica o engenheiro agrônomo Gustavo Oliveira, consultor técnico em pecuária no estado. “Nessa época, o ideal é reforçar a suplementação alimentar e garantir sombra e abrigo para o rebanho.”

Além da pecuária, a horticultura também sente os efeitos da estação. Hortaliças como alface, coentro, rúcula e couve, cultivadas principalmente em áreas próximas de Rio Branco e Plácido de Castro, exigem cuidados redobrados com irrigação, controle de pragas e sombreamento. O frio pode favorecer a proliferação de fungos em folhas e reduzir a taxa de crescimento das plantas, comprometendo a produtividade e a qualidade dos produtos.

Outro ponto de atenção é o risco de geadas pontuais em áreas baixas e úmidas, especialmente nas zonas rurais de Brasileia e Xapuri. Embora não sejam comuns, episódios esporádicos de geada já foram registrados em anos anteriores, afetando principalmente culturas de ciclo curto como o milho e a banana.

Com a estiagem também se intensificando nos próximos meses, o inverno amazônico se torna um período decisivo para o planejamento das lavouras e da alimentação do gado. Órgãos como Embrapa Acre, Idaf e o Senar têm oferecido capacitações e orientações técnicas para ajudar os produtores a enfrentarem essa transição climática com menor prejuízo.

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