Rastreabilidade na pecuária brasileira é detalhada por especialista na Faeac

Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos será implementado em quatro etapas até 2032 e promete avanços na rastreabilidade, sanidade e acesso a mercados internacionais

Luiz Eduardo Souza

Na tarde desta quarta-feira (4), a Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal do Acre (FAEAC) sediou uma palestra conduzida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O evento abordou o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), lançado oficialmente em 17 de dezembro de 2024 pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Ribeiro destacou que o PNIB representa um marco na pecuária nacional, estabelecendo a identificação individual obrigatória de bovinos e búfalos em todo o território brasileiro. “Atualmente, trabalhamos com identificação por lotes, mas o plano vai nos permitir rastrear cada animal de forma individual, do nascimento ao abate. Isso representa um salto enorme em termos de sanidade e credibilidade”, explicou.

O plano será implementado em quatro etapas ao longo de oito anos, com início em janeiro de 2025 e conclusão prevista para dezembro de 2032. As duas primeiras fases serão dedicadas ao desenvolvimento do sistema informatizado e à integração com os órgãos estaduais de defesa agropecuária. A partir de 2027, a identificação individual obrigatória será exigida em animais envolvidos em protocolos sanitários específicos, expandindo-se até abranger todo o rebanho nacional.

Segundo Ribeiro, a rastreabilidade individual fortalece os programas de saúde animal, melhora a resposta a surtos epidemiológicos e atende às exigências dos mercados internacionais. “Com o sistema, teremos mais agilidade para isolar focos de doenças e mais transparência para quem compra nossa carne. Isso é fundamental para mantermos e conquistarmos novos mercados”, afirmou.

Ele também ressaltou que a CNA participou ativamente das discussões sobre o plano. “Defendemos que fosse exigido apenas um dispositivo eletrônico por animal, para reduzir os custos ao produtor e garantir a viabilidade da medida”, pontuou.

A palestra proporcionou aos participantes uma compreensão aprofundada sobre o PNIB e seus impactos na pecuária brasileira, destacando a importância da colaboração entre produtores, entidades representativas e o governo. “É uma transformação que exige adaptação, mas que trará muitos benefícios. O produtor precisa estar no centro dessa mudança”, concluiu Ribeiro.

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