O entomologista da Embrapa/AC Murilo Fazolin é cauteloso ao falar sobre a mosca-das-galhas, uma praga que atinge as lavouras de macaxeira. Ela é observada como um problema secundário, comparada, por exemplo, à lagarta mandarová. Mas, caso encontre uma conjunção de fatores favoráveis à proliferação, pode ser devastadora.
O pesquisador lembra que se o plantio for novo e houver apenas uma cultivar no roçado, com condições ideais de umidade e temperatura, o problema pode se agravar. “O problema concreto nas lavouras de mandioca no Acre é a mandarová. Essa questão da mosca-das-galhas é um problema secundário. Nós até encontrávamos, nas ações que fazíamos no Juruá no combate à mandarová, essa mosca-das-galhas. Mas mantínhamos as medidas básicas”, lembra Fazolin. Eram retiradas as plantas doentes e queimadas.
Uma das recomendações é manter no roçado, uma variedade mínima das cultivares da macaxeira. Ter apenas uma espécie aumenta a vulnerabilidade da lavoura, caso a praga encontre as condições ideais para se reproduzir.
O caso noticiado no ac24agro sobre o episódio do Tocantins, que dizimou 100% de uma determinada plantação, é visto como um alerta. “É sempre preciso vigilância”, afirmou o pesquisador.
A mosca-das-galhas é também chamada por algumas pessoas de “vassoura de bruxa da macaxeira”. Ela causa “verrugas” nas folhas e compromete a saúde das folhas. Consequentemente, impede a planta de realizar a fotossíntese.
Adubação correta, análise do solo, uso de manivas sadias são medidas básicas que ajudam a prevenir e evitar a ocorrência das moscas-das-galhas. O pesquisador da Embrapa lembra também que ainda não existe um produto específico para combater a mosca-das-galhas no mercado.