Dados do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf/AC) mostram como tem crescido o número de abates no Estado nos últimos quatro anos. Apenas entre 2020 e 2021, houve redução no número de abates (em função do período de pandemia de covid-19).
De 2021 a 2024, o número de abate só cresce. Em 2021, foram abatidos 36,9 mil cabeças no Acre. Depois o número aumentou para 38,4 mil. Em 2023, o número saltou para 51,1 mil abates e ano passado avançou mais: foi para 58,5 mil cabeças.
Os números acabam conflitando com que disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre, Assuero Veronez, em recente entrevista ao agro24cast. Veronez relacionou a dificuldade do pecuarista na manutenção do rebanho, incluindo abates, com a limitação da área de pastagens.
Os números do Idaf mostram que os abates estão crescendo mesmo com a área, teoricamente, sendo a mesma.
Por outro lado, os números do Idaf mostram que o cenário é, realmente, de pressão sob o produtor de bezerros. Porque o número de nascimentos também tem crescido. Em 2022, nasceram 98,3 mil bezerros no Acre. Em 2023, teve uma queda para 94,4 mil. E ano passado saltou para mais de 103,3 mil.

Com um detalhe, em todo o país, o abate de fêmeas tem sido uma regra. Cerca de 51% dos abates feitos foram de fêmeas. Em todo Brasil. Como o Acre já é conhecido como um Estado produtor de bezerros, o que deve aumentar a procura de animais por aqui. A tendência é de baixa oferta de bezerros para reposição.
Por isso, é importante a busca da Sefaz pelo “ponto de equilíbrio” entre o tanto de animais que saem do Acre e o tanto que fica aqui para abastecer as indústrias frigoríficas locais. Ao chegar a um determinado número de saída de animais, a Sefaz “aumenta a pauta”. A dinâmica é esta. Qual é o número e em quanto a pauta vai aumentar é que ainda não se definiu.
E a saída não tem sido baixa: no primeiro quadrimestre de 2025, já saíram do Acre cerca de 88 mil bezerros.