Comitiva do Acre busca ampliar negócios com o Peru e Bolívia

Equipe técnica visitou mercados em Puerto Maldonado e apresentou demandas logísticas durante reunião com autoridades peruanas.

Redação
Representantes do Acre estiveram em Puerto Maldonado para identificar oportunidades de importação e exportação com o Peru.

Com a proposta de defender os interesses dos empresários e produtores locais, uma equipe técnica do governo do Acre visitou mercados de abastecimento em Puerto Maldonado, no Departamento de Madre de Dios, no Peru, nesta quinta-feira, 10, para prospectar novos negócios para o estado.

Durante a visita, a assessora técnica da Agência de Negócios do Acre (Anac), Jaurícia Ferreira, pesquisou preços de vegetais, legumes, frutas, castanhas e grãos que podem, em alguma oportunidade, ser importadas para o Acre, bem como buscou identificar os produtos acreanos que podem ser exportados para o Peru.

Vegetais, legumes, frutas, castanhas e grãos estão entre os interesses do estado na importação. Foto: Diego Gurgel/Secom.

“A Agência de Negócios do Acre tem a missão de buscar investimentos e apoiar empresários locais para que essas empresas se tornem rentáveis. Nesse sentido, trabalhamos com duas importantes frentes, que é atrair efetivamente os investimentos e apoiar os empresários com consultoria”, destacou a assessora técnica da Anac.

De acordo com levantamentos previamente realizados pela Anac, há um mercado grande a ser explorado no Peru e na Bolívia, países que fazem fronteira com o Brasil a partir do Acre.

“Não queremos ser mero corredor de acesso ao Peru e à Bolívia. Queremos que o Acre produza e tenha escala de produção para atender o mercado externo, até mesmo um mercado maior ainda, que é a Ásia”, enfatizou.

Integrante da comitiva, a Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre) possui o papel importante de aproximar o produtor do comprador. Com investimentos na agricultura, a instituição executa políticas de armazenamento geral, classificação vegetal e abastecimento alimentar, e também colabora com as políticas de desenvolvimento econômico e social no Acre.

Cageacre executa políticas de armazenamento que beneficiam o produtor do Acre. Foto: José Caminha/Arquivo.

“Hoje possuímos, em média, 40 mil hectares de milho plantados no estado. Temos um grande potencial para nos tornamos exportador para o Peru, e aproveitamos a nossa vinda a Puerto Maldonado para convidar empresários do país a participarem da nossa próxima Expoacre. Lá, poderemos aproximar mais o nosso produtor de milho de um possível comprador”, destacou o presidente da Cageacre, Pádua Vasconcelos.

No entanto, um entrave logístico impede que essa exportação ocorra em grande escala, hoje. É que a passagem das carretas brasileiras para o lado peruano esbarra em algumas regras do país.

Acre solicitou facilitação na logística entre as fronteiras durante reunião com o comitê dos dois países. Foto: Pedro Devani/Secom.

Esse foi um dos pontos discutidos durante a reunião do Comitê de Fronteira Sul Brasil – Peru, realizada nesta quarta-feira, 9, em Puerto Maldonado, com a presença de autoridades dos dois países, incluindo os ministérios das Relações Exteriores.

“Para ter essa integração comercial precisamos dessa cooperação e facilitação do transporte nas fronteiras”, disse o presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas em Câmaras Frias do Acre, José Coutinho Filho, que participou do evento a convite do governo do Acre, por meio da Casa Civil.

Presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas em Câmaras Frias do Acre, José Coutinho Filho, compôs a comitiva a convite do governo do Estado. Foto: Diego Gurgel/Secom.

Segundo ele, atualmente há 60 carreteiros sindicalizados no Acre, do Juruá ao Alto Acre. “Estamos contando com esse apoio do governo do Acre para avançar nessa questão da logística e acreditamos que agora, com a nossa demanda registrada em ata e avaliada pelos ministérios, teremos uma atenção especial e conseguiremos fortalecer o setor. Nossa esperança é que, ainda este ano, tenhamos autorização para entrar e sair do Peru com as nossas carretas carregadas de produtos”, completou.

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