Mesmo sem impactos práticos nas exportações de carne bovina para os Estados Unidos, o mercado do boi gordo no Brasil já sente os efeitos da tensão comercial provocada pelo tarifaço anunciado pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. Desde a divulgação da medida, a arroba da boiada perdeu força e acumula queda de 5%, segundo análise da consultoria Agrifatto.
No dia 9 de julho, data em que Trump enviou uma carta oficial ao governo brasileiro comunicando o novo pacote tarifário, a arroba do boi gordo estava cotada, em média, a R$ 312,00 no país. Agora, segundo o levantamento mais recente, o valor gira em torno de R$ 295,00 — uma retração que preocupa o setor, especialmente em um momento de recuperação dos preços após um longo período de baixa no ciclo pecuário.
Embora os Estados Unidos não estejam entre os principais destinos da carne bovina brasileira, a sinalização protecionista de Trump provocou instabilidade nos mercados e aumentou a cautela dos compradores internacionais. O movimento acende um sinal de alerta entre produtores e exportadores, que temem novos reflexos nas cotações e na demanda global.
A situação do boi gordo se soma a outros fatores que influenciam o agronegócio brasileiro neste mês de julho. Apesar do clima chuvoso em diversas regiões, as principais commodities agrícolas ainda conseguem sustentar os preços. Já o café segue em trajetória de valorização, sem perspectiva de queda no curto prazo.