Clima seco afeta oferta e preços da mandioca, enquanto demanda por derivados segue em baixa

Setor enfrenta queda na produtividade e demanda fraca por derivados, pressionando preços e ritmo de moagem nas indústrias

Luiz Eduardo Souza

A produção de mandioca enfrenta um cenário desafiador neste início de safra 2024/25. Apesar das dificuldades impostas pelo clima seco, muitos agricultores seguem priorizando o plantio da raiz, o que tem mantido, ainda que de forma limitada, a atividade nas lavouras. No entanto, segundo levantamento do Cepea, a oferta da matéria-prima seguiu baixa na semana passada para diversas fecularias, comprometendo o ritmo de processamento.

Do outro lado da cadeia, a demanda também apresenta sinais de enfraquecimento. A procura por produtos derivados da mandioca — como farinha, fécula e amidos modificados — continua desaquecida, levando algumas indústrias a reduzir os dias de moagem. Esse recuo na atividade industrial contribuiu para a queda nos preços da raiz em todas as regiões monitoradas pelo Cepea.

Em São Paulo, dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA) indicam que a produção destinada à indústria deve atingir 1,35 milhão de toneladas na safra atual, o que representa uma retração de 2,7% em relação à temporada anterior. Apesar de uma leve alta na área plantada, estimada em 0,7%, alcançando 73,5 mil hectares, a produtividade média deve cair 2,8%, ficando em 26,2 toneladas por hectare.

O cenário é de atenção para toda a cadeia produtiva da mandioca, que segue pressionada tanto pelas condições climáticas quanto pela retração do mercado consumidor.

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