Frigoríficos se afastam das compras e mercado do boi gordo fecha semana em queda

Anúncio de tarifa de 50% pelos EUA gera cautela no mercado, derruba contratos futuros e afasta frigoríficos das negociações com pecuaristas.

Luiz Eduardo Souza

O mercado físico do boi gordo encerrou a semana pressionado, com a ausência dos frigoríficos nas negociações de compra de gado. A retração dos compradores ocorre em meio às incertezas causadas pelo anúncio dos Estados Unidos de que pretendem aplicar tarifas adicionais de 50% sobre a carne bovina brasileira a partir de 1º de agosto.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o clima de cautela também atingiu o mercado futuro do boi, que registrou forte movimento de queda, especialmente na última quinta-feira (10). A preocupação se justifica pelo peso do mercado norte-americano nas exportações brasileiras — só em 2025, os EUA respondem por cerca de 15% das vendas externas de carne bovina do país.

A possível imposição das novas tarifas representa um golpe significativo para o setor, que já enfrenta desafios como custos elevados de produção e margens apertadas. Com os frigoríficos fora das compras e o cenário externo incerto, os pecuaristas aguardam os desdobramentos das negociações entre os dois países, enquanto o mercado tenta se ajustar a um contexto de maior volatilidade.

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