Selo de Identificação Geográfica é conquista do produtor de açaí

Extensionista rural alerta que processo exige educação do consumidor que precisa entender impacto no preço

Itaan Arruda
Selo de Identificação Geográfica é um marco para qualificar a cadeia produtiva do açaí na regional do Tarauacá/Envira. (Foto: Marcus Vicentti)

Na sede da Universidade Federal do Acre, em Feijó, acontece nesta quinta-feira (27), um evento histórico para as 1,5 mil famílias que trabalham na regional do Tarauacá/Envira com a cadeia produtiva do açaí. O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) concede o selo de Identificação Geográfica em Procedência.

O selo de procedência (selo de certificação de origem) é uma garantia de que o produto foi extraído e passou por processos de beneficiamento, em toda a cadeia produtiva, respeitando critérios éticos e ambientais. O selo é uma garantia ao mercado de qualidade em toda a extensão da cadeia. E o mercado valoriza isso. Exige isso.

Para que isso acontecesse, foi necessário trabalho de uma série de instituições e profissionais. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri).

“Questões de certificação já não é problema tão técnico”, ensina a extensionista rural Vera Lúcia Gurgel, com mais de 40 anos de experiência. “A certificação traz uma questão cultural: como os consumidores locais vão entender que um selo de IG agrega valor ao produto, fazendo com que fique mais caro? Já escutei coisas do tipo: não vejo diferença na farinha antes e depois dessa IG. O negócio é buscar mercado fora, buscar o mercado justo, mercado com o olhar sobre as coisas da Amazônia”.

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