Por que a cartela de ovos está tão cara no Acre?

Custos elevados do milho e dependência de insumos de outros estados explicam por que a cartela de ovos chega a R$ 30 no Acre, enquanto vendas de bairro ainda conseguem praticar preços mais baixos.

Luiz Eduardo Souza
Produção avícola argentina registra crescimento e mira exportação Foto: Rodrigo Felix Leal/AEN

O preço da cartela de ovos segue pesando no bolso do consumidor acreano, e o motivo está diretamente ligado ao aumento dos custos de produção — especialmente do milho, principal componente da ração das aves. No Acre, uma saca de milho pode chegar a R$ 70 a R$ 80, patamar que pressiona toda a cadeia e reduz o poder de compra dos produtores locais.

Segundo análises do Cepea/Esalq, o encarecimento do milho em todo o país tem relação com a retomada da demanda interna, a limitação da oferta imediata por parte dos vendedores e a influência das exportações, que seguem aquecidas. Mesmo que o Acre dependa em grande parte do milho vindo de outros estados, os custos logísticos elevam ainda mais o valor final do insumo no mercado local.

Preços da cartela no Acre

Com a ração mais cara, os produtores enfrentam dificuldade em manter a oferta sem repassar parte do aumento ao consumidor. Isso explica por que os valores seguem firmes no estado:

  • Vendas de bairro e pequenos comércios: entre R$ 20 e R$ 22 por cartela com 30 ovos
  • Grandes redes de supermercados: valores que podem chegar a R$ 30

A diferença ocorre devido à estrutura de custos: supermercados trabalham com logística mais complexa, padrões de classificação, refrigeração e fornecedores fixos, enquanto pequenos comércios podem repassar de forma mais direta produtos vindos de granjas locais.

Oferta, demanda e pressão no mercado

O Acre não é um grande polo produtor de ovos — a maior parte do abastecimento vem de outros estados. Com isso, qualquer variação nos custos do milho, do transporte ou da oferta nacional impacta rapidamente os preços locais.

Além disso, o fim de ano costuma registrar aumento da procura, o que reduz a liquidez e pressiona os estoques das granjas. O resultado é um cenário em que os produtores trabalham com margens mais apertadas e pouco espaço para reduzir preços.

Tendência

Com o milho ainda em patamar elevado e o setor dependendo de insumos importados de fora do estado, a expectativa é de estabilidade ou até de novos ajustes para cima, caso a demanda siga firme. Para o consumidor acreano, a recomendação é pesquisar preços — já que a diferença entre o bairro e o supermercado pode passar de R$ 10 por cartela.

Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *