O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) registrou nova queda em novembro e fechou o mês em 125 pontos, recuo de 1,2% em relação a outubro. Na comparação com novembro de 2024, o indicador está 2,1% menor e permanece 21,9% abaixo do pico alcançado em março de 2022, durante o auge das pressões globais sobre oferta e logística.
A redução mensal foi puxada por quedas significativas nos segmentos de laticínios, carnes, açúcar e óleos vegetais, compensando a alta observada no grupo dos cereais.
Cereais avançam com pressão do trigo e demanda por produto brasileiro
O Índice de Preços dos Cereais subiu 1,8% e alcançou 105,5 pontos, embora ainda 5,3% abaixo do nível de um ano antes.
O destaque foi o trigo, que avançou 2,5%, impulsionado por:
- expectativa de compras chinesas nos Estados Unidos;
- incertezas logísticas no Mar Negro;
- projeções de redução de área plantada na Rússia.
Milho, cevada e sorgo também registraram elevação, influenciados pela demanda firme por grãos brasileiros e pelos atrasos na colheita devido às chuvas intensas na Argentina e no Brasil.
A exceção foi o arroz, que caiu 1,5%, reflexo de colheitas favoráveis no Hemisfério Norte e de uma demanda internacional mais fraca.
Óleos vegetais no menor nível em cinco meses
O índice dos óleos vegetais recuou 2,6%, atingindo o menor valor desde junho, com quedas acentuadas nos preços de palma, canola e girassol.
O movimento só não foi maior devido à leve alta do óleo de soja, impulsionada pelo crescimento do uso no biodiesel brasileiro.
Carnes, laticínios e açúcar reforçam movimento de baixa
No grupo das carnes, a queda foi de 0,8%, pressionada sobretudo pela desvalorização das proteínas suína e de aves. As carnes bovina permaneceram estáveis, enquanto as ovinas registraram leve avanço.
Os laticínios tiveram retração de 3,1%, marcando o quinto mês consecutivo de queda no setor, influenciados pela demanda internacional moderada e por oferta mais confortável.
O movimento mais acentuado veio do açúcar, que despencou 5,9% em novembro e acumula queda de 30% em relação ao mesmo período do ano passado — atingindo o menor patamar desde dezembro de 2020. A melhora das perspectivas de produção em importantes países produtores ajudou a derrubar os preços no mercado global.
