O secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Ricardo Brandão, é daquelas personagens que passam despercebidas. Sereno, cortês, fala mansa e quase inaudível em alguns momentos, nem parece que carrega no currículo a patente de coronel da Polícia Militar. Foge do estereótipo. Sem receios, vai desfiando uma série de argumentos para sustentar posições muito polêmicas que o governo de Gladson Camelí tem na gaveta e que, discretamente, vai expondo as unhas para fora. A mais grave é a integração rodoviária com o Peru através do Município de Marechal Thaumaturgo. Construir estradas em uma região quase integralmente formada por unidades de conservação e terras indígenas é um chamado para a guerra contra a biodiversidade em plena COP30. Sem contar a possibilidade de o Estado atrair indústria de beneficiamento de castanha da Bolívia para operar aqui no Acre. Diante de tantos assuntos, a entrevista não teve como obedecer aos 45 minutos regulamentares.