O uso de drones para dispersão de agrotóxicos na agricultura regional pode prejudicar a produtividade das castanheiras. Quem afirma é o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Evandro Ferreira.
“Quando você limpa a sua pastagem, ou da área para plantar soja ou milho, dependendo da altura do voo do drone e do tipo de veneno que ele joga, essa ‘nuvem de veneno’ pode ser carreada para a floresta que está adjacente. E se nessa floresta tiver os insetos que polinizam as castanheiras dessas florestas, você vai estar prejudicando”, afirmou o pesquisador. “Então, nós não vamos precisar de seca para que a produção caia”.
O professor já se adianta contra os argumentos de que o mecanismo tecnológico é usado em outras regiões sem problema aparente. “Não adianta vir dizer que isso não acontecesse no Mato Grosso ou não acontece no Pará porque esses estados são diferentes do Acre”, ensinou. “No Pará, o desmatamento era feito na corrente [correntão]. No Pará você vai nas pastagens você vê zero árvores. Aqui no Acre o que mais tem são as castanheiras que foram protegidas”.
O uso de drone como agente dispersor de agrotóxico já tem prejudicado a produção de mel em várias regiões do Acre.
