As mudanças climáticas já impactam diretamente a vida e o trabalho no campo acreano. Segundo o estudo “Mais Dados, Mais Saúde: Clima e Saúde na Amazônia Legal”, realizado pelas organizações Umane e Vital Strategies, com apoio do Instituto Devive, 32% dos moradores da Amazônia Legal afirmam ter sido afetados por eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, queimadas e ondas de calor.
A pesquisa ouviu 4 mil pessoas entre maio e julho de 2025 e apontou que 88,4% acreditam nas mudanças climáticas e 90,6% reconhecem o aquecimento do planeta. Entre os entrevistados, 82% disseram sentir calor mais intenso, 75% notaram piora na qualidade do ar e 73% perceberam aumento no preço dos alimentos, reflexo da perda de produtividade agrícola e da estiagem.
Nas áreas rurais e entre comunidades tradicionais, 21,4% relataram prejuízos diretos na produção de alimentos e 24,1% apontaram piora na qualidade da água usada para consumo e irrigação. O levantamento ainda mostra que 42,2% das comunidades tradicionais, como ribeirinhos e extrativistas, foram diretamente impactadas pelos eventos climáticos, reforçando a vulnerabilidade do homem do campo diante das transformações ambientais.