Saída de bovinos para outros estados alcança quase 250 mil em 8 meses

Integrantes do Fórum Empresarial de Desenvolvimento e Inovação lembram que a Sefaz se comprometeu a estudar nova intervenção na pauta, caso saída alcançasse 150 mil cabeças

Itaan Arruda
Transporte de bovinos do Acre para outros estados cresceu quase 100% em 2025, pressionando a indústria da carne local.

Os dados do Fórum Empresarial de Desenvolvimento e Inovação e do Boletim Técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre, relativos ao mês de agosto, mostram um problema grave para o setor industrial: o grande volume de saída de gado para outros estados. Pelo boletim, de janeiro a agosto de 2025, saíram do Acre quase 250 mil bovinos vivos (206.839 machos e 41.395 fêmeas).

Nos cálculos do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Estado do Acre (Sindcarnes), durante todo o ano de 2024, foram 209 mil saídas. A projeção que os empresários fazem é que, caso o ritmo de saída continue o mesmo e o governo não intervenha na pauta, 2025 alcance algo próximo de 400 mil bovinos alimentando a cadeia industrial fora do Acre.

O cenário para a indústria é observado pelos empresários como “preocupante” e a falta de insumo para as plantas industriais locais é tida como “um problema iminente”. Não há saída apenas de bezerros. A saída de gado se expandiu. “É gado que seria abatido aqui no Acre nos próximos seis meses”, diz um dos empresários.

A categoria chama atenção do compromisso que ficou acertado entre a Secretaria de Estado de Fazenda e os integrantes do Fórum Empresarial de Desenvolvimento e Inovação do Acre de que, caso a saída alcançasse 150 mil cabeças, o governo avaliaria e faria um novo ajuste na “pauta do boi”.

Por enquanto, o volume de abate não está comprometendo as plantas frigoríficas regionais, com os 437.863 bovinos abatidos. O desafio é a sustentabilidade da cadeia produtiva da carne, com o volume de saída registrado nos oito primeiros meses do ano. Com uma ressalva, do volume de abate, 240.123 foram de fêmeas. Sem contar que a taxa de desfrute não está autorizando muito otimismo com apenas 13,21% em média.

Na conversa com alguns empresários do segmento frigorífico, percebe-se uma certa impaciência para tratar do tema com os agentes de Estado. O secretário de Estado da Fazenda, Amarísio de Souza, foi acionado para saber quais reações o Estado estuda executar para não trazer desequilíbrio na cadeia produtiva da carne. Assim que ele se pronunciar, o ac24agro informa.

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