Francisco Piyãko destaca papel da Conexão Cipó na defesa dos povos indígenas

Líder Ashaninka e coordenador da Opirj ressalta que a Conexão Cipó fortalece a resistência indígena, unifica pautas regionais e chama atenção para o avanço do desmatamento e os impactos das mudanças climáticas na Amazônia.

Luiz Eduardo Souza

O líder Ashaninka Francisco Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), reforçou a importância da Conexão Cipó como espaço de articulação e fortalecimento das pautas indígenas e socioambientais. O evento, realizado entre os dias 16 e 18 de setembro em Rio Branco, reúne organizações e movimentos sociais com o objetivo de dar visibilidade às lutas e conquistas de comunidades extrativistas e indígenas.

A região do Juruá, onde Piyãko atua, reúne 14 terras indígenas e 13 povos diferentes. Para ele, a Conexão Cipó representa uma forma de unificar demandas e canalizar posicionamentos coletivos. “Quando a gente se junta, criamos uma organização maior, que dá visibilidade às nossas conquistas e fortalece a resistência em defesa dos direitos dos povos”, afirmou.

Segundo Piyãko, o momento é de gestão das conquistas históricas obtidas pelos povos indígenas, mas também de enfrentamento a novos desafios, como o avanço do desmatamento, os impactos das mudanças climáticas e as ameaças às comunidades tradicionais. Ele destacou que a Amazônia vive uma situação crítica: “A própria natureza já está trazendo as consequências dos maus-tratos, com queimadas e mudanças climáticas que afetam diretamente nossas vidas”, alertou.

O líder indígena também avaliou o papel dos governos recentes na relação com os povos da floresta. Para ele, o atual governo federal trouxe a oportunidade de reflexão, após um período de retrocessos. “Nós tínhamos um governo anterior que trouxe uma política de passar a boiada na Amazônia. Isso acelerou invasões, garimpo, grilagem de terras e desmatamento. Agora, é preciso que haja uma postura de governo que olhe para todos e não apenas para interesses isolados”, destacou.

Piyãko reforçou ainda que o debate não se restringe a partidos, mas à necessidade de respeito e reconhecimento. “A sociedade brasileira como um todo precisa ser respeitada. Não é só uma questão indígena, é uma questão que envolve todos nós”, concluiu.

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