No Dia da Amazônia, aldeia Coração da Floresta fala ao mundo

Comunidade está localizada no município de Feijó que está entre os 10 da região responsáveis por quase 30% da área desmatada em toda a Amazônia nos últimos 12 meses, segundo dados do Imazon

Itaan Arruda
Moradoras da aldeia Coração da Floresta denunciam precariedade e impactos das queimadas em Feijó, no Dia da Amazônia.

Nake Shanenawa (na língua do homem branco, Adriane Paulino) é professora na aldeia Coração da Floresta. Ela resolveu mandar um vídeo para a reportagem do ac24agro como forma de protesto contra a falta de política pública em várias frentes da gestão.

Reunidas em uma estrutura de madeira feita para uso de uma fonte de água, as mulheres protestam contra a falta de infraestrutura. A água que consomem está trazendo uma série de doenças para todos da comunidade. “Nós pegamos essa água com girino, cosmos e fervemos. Mas isso não está sendo suficiente porque tem trazido doenças, como diarreia e, agora, tem dado até ferida na boca”, indigna-se.

A falta de uma escola indígena também é outra reivindicação antiga da comunidade.

“Aqui também está tendo muita queimada”, denuncia. Feijó, de acordo com dados do Imazon divulgados no fim de agosto, está entre os 10 municípios da Amazônia Legal responsáveis por quase 30% da área desmatada em toda região nos últimos 12 meses, entre agosto de 2024 e julho de 2025. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto de pesquisa Imazon. “Dos 3.503 Km² de floresta destruídos no período, 956 Km² (27%) foram dentro dos 10 municípios campeões de devastação, embora eles somem apenas 6% do território amazônico”, contabilizou o instituto. Feijó é o sétimo município com maior área desmatada. 

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