A cheia dos rios no Acre tem provocado prejuízos significativos para os agricultores, especialmente os que dependem da agricultura familiar. Com o avanço das águas, áreas de plantio são alagadas, causando a perda de lavouras como mandioca, milho, banana, hortaliças e outras culturas de subsistência e de comercialização local. Em muitos casos, o trabalho de meses é perdido em poucos dias, comprometendo diretamente a renda das famílias do campo.
Além das perdas nas lavouras, a cheia afeta a infraestrutura rural. Ramais ficam intrafegáveis, pontes são danificadas e propriedades acabam isoladas, dificultando o acesso dos produtores às cidades. Com isso, o escoamento da produção para feiras e mercados é interrompido, o que gera desperdício de alimentos e desabastecimento pontual em algumas localidades.
Os agricultores também enfrentam dificuldades para receber insumos, sementes, ração e assistência técnica, já que o transporte se torna limitado ou impossível durante o período de inundação. Em regiões mais baixas, o excesso de umidade no solo atrasa o replantio e compromete o calendário agrícola, afetando inclusive a próxima safra.
Diante desse cenário, a cheia dos rios não impacta apenas o presente, mas gera reflexos de médio prazo na produção agrícola do Acre. A redução da oferta de alimentos, o aumento dos custos e a insegurança produtiva reforçam a vulnerabilidade dos agricultores em períodos de eventos climáticos extremos, tornando essenciais ações emergenciais e políticas de apoio ao setor rural.
