Por que a manga Palmer domina os supermercados enquanto a manga acreana só aparece na safra?

Regularidade na produção, logística estruturada e padronização comercial explicam a presença constante da Palmer nas gôndolas, mesmo fora da safra local.

A presença da manga Palmer nos supermercados durante todo o ano, enquanto a manga produzida no Acre só aparece na safra regional, é resultado de diferenças estruturais entre as cadeias produtivas. A Palmer, cultivada em larga escala em estados como São Paulo, Pernambuco e Bahia, tem ciclos produtivos mais longos e capacidade de colheita quase contínua, principalmente devido ao uso de irrigação e manejo intensivo. Isso garante à fruta regularidade de oferta, algo essencial para as redes varejistas.

Outro fator decisivo é a logística. Grandes polos produtores contam com centros de distribuição organizados, transporte refrigeratedo e rotas consolidadas com supermercados de todo o país. Essa estrutura permite que a Palmer chegue ao Acre com boa aparência, menor perda e dentro dos padrões exigidos pelo varejo. Já a produção acreana, mais dependente do regime natural de chuvas e concentrada entre outubro e fevereiro, não consegue manter um fluxo constante ao longo do ano.

Além disso, as redes supermercadistas exigem frutas padronizadas, com calibre, coloração e maturação uniformes. A Palmer se destaca justamente por essa padronização, o que facilita sua aceitação comercial. No Acre, a maior parte da produção vem da agricultura familiar, com menor capacidade de padronização e menor volume, o que faz com que a fruta local seja mais comum em feiras e mercados, onde as exigências são mais flexíveis.

Com safra curta, logística limitada e menor escala de produção, a manga acreana não consegue competir com a regularidade da Palmer. Por isso, mesmo fora da safra local, os supermercados permanecem abastecidos principalmente com a variedade trazida de outros estados.

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