Durante sua participação no Cipel (Congresso de Integração Produtiva e Econômica do Leite), o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), Assuero Veronez, fez um alerta sobre a grave crise que atinge os produtores de leite em todo o país.
Assuero destacou que o momento é de grande preocupação para a cadeia produtiva, marcada por oscilações de preços e pela concorrência desleal provocada pela entrada de leite importado, especialmente da Argentina e do Uruguai.
“O momento não é bom. O setor do leite vive uma montanha-russa de preços, com fases que acabam com a vida do produtor. Hoje, enfrentamos uma situação grave por causa da importação desleal de leite em pó, que tem derrubado os preços e prejudicado quem vive dessa atividade”, afirmou.
O presidente da FAEAC mencionou ainda o recente pronunciamento do presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, que denunciou a prática de dumping por parte de países vizinhos e cobrou uma resposta firme do governo federal. Segundo a CNA, o preço médio pago ao produtor caiu de R$ 2,77 em agosto de 2025 para cerca de R$ 1,60, valor que não cobre os custos de produção.
“A CNA tem atuado para defender os produtores, mas precisamos que o governo aja com responsabilidade e sensibilidade. Se nada for feito, muitos pequenos produtores vão sair do mercado, e o país corre o risco de depender de importações”, reforçou Assuero, citando o apelo da entidade ao vice-presidente Geraldo Alckmin.
O dirigente também comentou o cenário local, destacando que o Acre ainda enfrenta dificuldades históricas para desenvolver sua produção leiteira.
“Aqui no estado, o desafio é antigo. A gente sempre buscou fortalecer a cadeia, mas ainda dependemos fortemente do leite vindo de Rondônia. É preciso pensar em políticas que realmente façam o Acre produzir o que consome”, observou.
Assuero encerrou sua fala parabenizando os organizadores do Cipel, em especial a Denise Wolfpack, pela continuidade do evento, e reafirmou a importância de discutir com franqueza os obstáculos enfrentados pelo setor.


 
                                
                              
		 
		 
		 
		 
		
 
		