Manejo do pasto aumenta produtividade e eficiência do rebanho leiteiro

Produtor deve entender a estrutura do pasto para aumentar eficiência e resultados.

Luiz Eduardo Souza
Lançamento do Selo Verde Acre marca o início da rastreabilidade digital da pecuária e integra dados ambientais de propriedades rurais.

Durante o segundo dia do Cipel 2025, o Mestre em Ciência Felipe Moura ministrou a palestra “Diferença entre ver e enxergar seu pasto: Estratégia de manejo”, destacando como o manejo correto das pastagens impacta diretamente a produtividade animal e a rentabilidade das propriedades.

O palestrante explicou que, ao observar o pasto, é essencial identificar o extrato pastejável — a parte da planta que os animais efetivamente consomem — e manter sempre um resíduo adequado. Segundo Felipe, o consumo eficiente depende da estrutura do pasto, da quantidade de folhas disponíveis e da facilidade de apreensão da forragem pelos animais.

“Se o pasto está muito baixo, o animal precisa andar mais e fazer mais bocados para ingerir a mesma quantidade de forragem. Já um pasto manejado corretamente, com boa massa foliar, permite que cada bocado contenha mais alimento, aumentando a eficiência de pastejo”, explicou.

Ele apresentou resultados de estudos em quatro propriedades, mostrando que a eficiência de pastejo varia significativamente entre áreas e que essa diferença reflete diretamente na quantidade de forragem consumida e deixada para trás. Nas áreas com alta eficiência, os animais consumiram até 70% das folhas disponíveis, enquanto em locais com manejo inadequado, apenas 40% foram aproveitados, evidenciando perdas significativas de nutrientes e potencial produtivo.

Felipe também enfatizou que o manejo correto impacta produção de carne, leite e sólidos por hectare, além de reduzir perdas financeiras e ambientais, como emissões de metano. Ele comparou cenários de manejo eficiente e ineficiente, mostrando que a diferença de produtividade pode equivaler a dezenas de sacos de soja por hectare ou até uma tonelada de ureia em termos de valor perdido.

Outro ponto destacado foi o orçamento e estabelecimento do pasto, incluindo compactação correta da semente, adubação adequada e época de plantio. Segundo o palestrante, erros simples no manejo, como aplicação incorreta de fósforo ou uréia, podem reduzir drasticamente a produtividade, enquanto a execução correta gera ganhos expressivos.

“Tudo começa com um bom estabelecimento da pastagem. Compactar a semente, plantar na época das chuvas e cuidar da adubação são passos inegociáveis para garantir produtividade e retorno financeiro”, afirmou.

Ao final, Felipe reforçou que compreender a diferença entre ver e enxergar o pasto é fundamental para produtores que buscam otimizar recursos, reduzir perdas e aumentar a eficiência da propriedade.

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