O presidente da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, concedeu entrevista no início da manhã à TV UOL, no programa Mercado Aberto, e destacou a negociação em curso com o governo dos Estados Unidos. Confirmou a ida de uma missão composta por MDIC, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Agricultura para negociar os termos de um possível acordo. Viana lembrou que o gesto político foi dado pelos dois presidentes.
“Deverá ocorrer já nos próximos dez dias, encontro já de trabalho, obedecendo uma orientação política dos dois presidentes”, afirmou Viana. “O que nós temos que tirar (sic) é que teve uma construção político do presidente Trump e do presidente Lula de que vão construir um acordo. Os técnicos vão ajudar a construir que acordo é esse”.
Jorge Viana reforçou que há sanções que não serão possíveis aceitar, porque “ferem a soberania do Brasil”. Ele se refere à imposição/chantagem imposta pelo governo norte americano de condicionar a retirada da sobretaxa de 40% às decisões do STF relacionadas à trama golpista que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão.
Um dos aspectos lembrados pelo presidente da Apex foi “terras raras”. “A agenda do mundo é uma só. Se você observar bem, o acordo do presidente da China, Xi Jiping, com o presidente dos Estados Unidos na Korea, já foi os Estados Unidos recuando do tarifaço contra a China e envolvendo esses elementos que são fundamentais para uma série de produtos industriais. O mundo tem essa agenda [terras raras]”.
Café é destaque
O presidente foi abordado sobre a agenda do café na Apex. Ele esclareceu que o Acre está sendo vitrine de uma nova cultivar do café brasileiro que está se destacando no cenário internacional: o robustas amazônico. “Estamos trazendo uma parte da Semana Internacional do Café, que, tradicionalmente, acontece em Belo Horizonte, e no Espírito Santo, para o Acre. Existe um café novo… não propriamente novo, mas está entrando no mercado fortemente, que são os robustas amazônico. Ele traz um pouco da sociobiodiversidade da Amazônia”, orgulhou-se.
O encontro realizado no Acre reúne representantes de nove países, compradores de café que vêm ao Acre antes de ir para Belo Horizonte.
Jorge Viana detalhou que muitos exportadores brasileiros de café estão dividindo os custos da sobretaxa com os importadores norteamericanos. “Os exportadores brasileiros pagam vinte e cinco por cento e os importadores norteamericanos pagam os outros vinte e cinco por cento. Mas isso é ruim para o consumidor de lá”, afirmou.
A fala do presidente da Apex é um indicador claro de que o café é um dos assuntos prioritários na agenda do grupo brasileiro que vai “construir”os termos do acordo junto com a equipe norte-americana nos próximos 10 dias.


 
                                
                              
		 
		 
		 
		
 
		
