A principal rodovia do Acre, a BR-364, que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul, tem se tornado um verdadeiro teste de resistência para quem depende dela. O trajeto de aproximadamente 635 quilômetros, que deveria ser percorrido em até nove horas, hoje chega a durar 16 horas em carros pequenos, 12 horas em caminhonetes e até 24 horas em carretas. No caso das cegonhas, que transportam veículos, o tempo de viagem pode chegar a dois dias, devido à sensibilidade da carga e ao estado precário da via.
Um dos motoristas que enfrentam diariamente a situação é Arlisson Rocha, caminhoneiro que atua no transporte de veículos entre as duas cidades. Ele registrou um vídeo que circula nas redes sociais mostrando o cenário de abandono da estrada. “De Tarauacá a Cruzeiro do Sul são 230 quilômetros que eu levo oito horas para percorrer. Por semana, só de conserto de solda na carreta e mola, gasto de R$ 2.500 a R$ 3 mil, mas semana retrasada a manutenção custou R$ 5 mil. As oficinas estão lotadas, e sem agendamento a gente fica parado um ou dois dias esperando atendimento. E o pior: não dá pra repassar esse custo para o cliente”, contou. Segundo Arlisson, o improviso tem sido a única saída. “Pra nossa sorte veio uma caminhonete com um cara que tinha pego umas pedras da beira da estrada em Sena Madureira. Nós colocamos no buraco pra poder passar, porque, pra falar a verdade, tinha buraco que a água dava no joelho”, relatou.
(Texto extraído do site ac24horas)
