Produtores defendem diálogo e justiça ambiental durante apresentação do Selo Verde no Acre

Edilson Araújo, presidente de cooperativa de pecuária, cobra equilíbrio nas regras e apoio aos produtores que tentam sair da ilegalidade

Luiz Eduardo Souza

Durante o Workshop Regularização Ambiental em Foco, realizado nesta segunda-feira, 27, pelo Fórum Empresarial do Acre e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), produtores rurais manifestaram apoio à iniciativa do Selo Verde, mas também destacaram os desafios enfrentados por quem busca se regularizar no campo.

O pecuarista Edilson Araújo, presidente de uma cooperativa de bovinocultura, afirmou que o setor vem enfrentando inúmeras dificuldades para se adequar às exigências ambientais, mesmo quando há boa vontade por parte dos produtores.

“Nós estamos aqui na Amazônia e, de alguma forma, temos sofrido inúmeras injustiças. Muitas vezes não é nem culpa do produtor. Lá atrás, foi autorizada a abertura de áreas e o desmatamento foi feito, mas sem seguir todas as normas legais. Hoje, muitas propriedades estão embargadas e os produtores impedidos de comercializar seus produtos. Ficamos sem pai e sem mãe”, desabafou.

Segundo ele, o Selo Verde representa uma oportunidade de diálogo e de busca conjunta por soluções, desde que a ferramenta venha acompanhada de medidas de orientação e educação ambiental, e não apenas de punição.

“Essa iniciativa faz com que a gente veja as coisas de forma diferente. O produtor fica feliz quando vê medidas que vêm no sentido de nos ensinar, nos educar e não nos punir. Até então, nós éramos marginalizados, com órgãos que só puniam e não educavam”, destacou.

Edilson relatou que possui uma propriedade de 2,3 mil hectares, dos quais 14 hectares estão embargados, mesmo após seis anos de tentativas de regularização. Segundo ele, a dificuldade é comum entre diversos produtores que esbarram na burocracia e na falta de integração entre os órgãos ambientais.

“Toda hora aparece um obstáculo. Primeiro eu tenho que arranjar mecanismos para legalizar isso, pra depois buscar o Selo Verde. As duas coisas são muito coligadas. A maior parte das propriedades está na mesma situação, algumas até piores”, afirmou.

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