Nas florestas do Acre, o fim de outubro simboliza o encerramento de um ciclo e o início de outro. Após meses de trabalho intenso, as comunidades extrativistas finalizam a coleta de produtos como castanha-do-brasil, açaí nativo, copaíba e andiroba, que predominam no período seco.
Com a chegada das chuvas, o foco se volta para o beneficiamento e a comercialização dos estoques, etapa fundamental para agregar valor à produção e garantir renda durante o inverno amazônico. Cooperativas e associações locais se mobilizam para armazenar, secar e embalar os produtos, enquanto outras já se preparam para planejar a próxima safra, com limpeza das áreas e manutenção de trilhas e caminhos dentro da floresta.
As chuvas também trazem melhoria no transporte fluvial, facilitando o deslocamento de pessoas e mercadorias entre comunidades ribeirinhas e centros urbanos. Esse fluxo é essencial para o escoamento dos produtos extrativistas, que movimentam a economia de várias regiões do estado.
Mesmo com desafios logísticos e climáticos, o extrativismo segue como pilar da economia florestal acreana, combinando sustentabilidade, geração de renda e conservação ambiental. O período chuvoso, apesar de mais difícil para o trabalho no campo, é também uma oportunidade de organização e planejamento comunitário, fortalecendo a base produtiva que sustenta milhares de famílias no interior do estado.
