A Associação Mulheres da Terra e a Cooperativa Cooper Purus, que representam agricultores e comunidades rurais de Manoel Urbano, divulgaram uma nota de imprensa e repúdio denunciando o que classificam como uma “manobra politiqueira” por parte da prefeitura do município.
De acordo com as entidades, tratores de pneus destinados à agricultura familiar por meio de emenda do senador Alan Rick, em maio deste ano, teriam sido usurpados pela gestão municipal. O comunicado afirma que os equipamentos, adquiridos graças à articulação das organizações junto ao gabinete do parlamentar, foram desviados de sua finalidade original e utilizados para fins políticos.
As associações afirmam ainda que a prefeitura teria se apropriado de um dos tratores, concedendo seu uso a uma comunidade apenas por 12 meses, em uma ação que, segundo o texto, “configura abuso de poder e desvio de finalidade”.
As diretorias das duas organizações denunciam também perseguição política e alegam que o episódio tem causado prejuízos diretos às famílias rurais. Na nota, cobram uma ação imediata das autoridades competentes e a atuação do Ministério Público para investigar o caso e punir os responsáveis.
Abaixo, a nota divulgada na íntegra:
NOTA DE IMPRENSA E REPÚDIO
A politicagem e o coronelismo não podem prevalecer: usurpação de bens públicos em Manoel Urbano
A Associação Mulheres da Terra e a Cooperativa Cooper Purus, legítimas representantes dos agricultores e das comunidades rurais de Manoel Urbano, vêm a público denunciar uma grave e inaceitável manobra politiqueira que lesa diretamente o povo e o desenvolvimento de nossa região.
Com indignação, informamos que tratores de pneus, destinados pelo Senador Alan Rick em maio de 2025 para fortalecer a agricultura familiar por meio de nossas organizações, foram usurpados pela Prefeitura de Manoel Urbano. Estes equipamentos, que só chegaram ao município graças ao trabalho incansável e à parceria firmada entre nossos grupos organizados e o gabinete do Senador, foram desviados de seu propósito original.
Em um ato que configura claro abuso de poder e desvio de finalidade, a gestão municipal se apropriou de um dos tratores e, por meio de tratativas políticas de gabinete, concedeu seu uso por apenas 12 meses à comunidade. Tal ação desrespeita o trabalho de base, ignora a articulação que viabilizou o recurso e, pior, transforma um bem público em instrumento de barganha e opressão política.
Esta diretoria torna pública sua veemente nota de repúdio à forma como estamos sendo tratados e denuncia a perseguição sistemática que nosso grupo político vem sofrendo. Esta perseguição tem causado inúmeros prejuízos às nossas ações e ao atendimento das famílias rurais, que agora se veem desassistidas pela má gestão e pelo descaso da prefeitura.
O que assistimos é o mais claro exemplo do MAU USO DOS BENS PÚBLICOS, onde a máquina administrativa é utilizada para oprimir e controlar, em vez de servir. A escassez nos atendimentos à comunidade rural e as situações de perseguição são a face mais cruel de uma gestão que prioriza a politicagem em detrimento do bem-estar de seu povo.
Cobramos das autoridades competentes do Estado do Acre uma ação imediata e enérgica para que este tipo de prática seja estirpada de todo e qualquer território dentro de nosso estado. Não podemos mais tolerar que o coronelismo e a troca de favores se sobreponham aos direitos e às necessidades da população.
Conclamamos o Ministério Público e as autoridades judiciais a acompanhar de perto este caso e a acionar, com o rigor da lei, os responsáveis, caso fique comprovado o uso de má-fé e o desvio de finalidade dos instrumentos públicos. Os recursos públicos devem servir ao povo, e não para oprimir e perpetuar poderes locais que agem contra o interesse coletivo.
A Associação Mulheres da Terra e a cooperativa Cooper Purus não se calarão diante da injustiça e continuarão lutando pelo desenvolvimento de Manoel Urbano e pelo respeito aos agricultores e agricultoras familiares.
Direção da Associação Mulheres da Terra
Direção da Cooperativa Cooper Purus