O município paraense de Limoeiro do Ajuru detém 20,2% de toda a produção de açaí do país. É o que revela a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2024. Houve queda de 2% no desempenho em relação a 2023.
Esse dado chamou atenção da diretora executiva da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida. Ela não escondeu a surpresa e o desejo de replicar aqui no Acre um modelo de produção semelhante.
“Tá vendo, como podemos transformar Feijó num pólo desse?”, afirmou a diretora da agência Perpétua Almeida. Ela está em processo de análise da cadeia produtiva do açaí na região de Feijó para a instalação do Complexo do Açaí.
Comparado ao município paraense, que produz quase 50 mil toneladas das 247 mil extraídas no Norte ano passado, os números de Feijó são bem mais modestos. Os números iniciais oscilam entre 35 e 40 toneladas por mês.
Assim como outras culturas, a equipe da ABDI já tem dimensão que não será dedicando energia na escala de produção que o Complexo de Açaí de Feijó irá conseguir destaque. O
diferencial estará na oferta de um produto diferenciado. Saber exatamente que tipo de diferenciação é o desafio que se apresenta à equipe de administradores da ABDI.
Um dado da pesquisa chama atenção. O município que, sozinho, concentra 20,2% da extração da fruta reduziu dois pontos percentuais a participação no mercado em relação ao ano passado. No entanto, em termos de valor nominal, diz o IBGE, houve aumento de 19,9%, totalizando R$ 1,0 bilhão.
Isso pode indicar que outros municípios, de outros estados, cresceram em participação. Esse recorte ainda não foi feito. Possivelmente, o próprio Pará tenha feito essa “migração”. A produção paraense foi de 168,5 mil toneladas, o que representa 68,1% do total nacional. Com o aumento de 0,5% na quantidade e de 23,2% no valor da produção, essa Unidade da Federação alcançou R$ 801,9 milhões.
Como o Acre pode fazer parte dessas cifras são desafios para várias instituições. A Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos também está disposta a contribuir. Junto com o prefeito da cidade de Feijó, Raílson Ferreira, o presidente da agência, Jorge Viana, se dispôs a elaborar um plano de trabalho para que a produção do Vale do Tarauacá/Envira possa entrar no radar do mercado externo.
“Estou trabalhando para ser parte da solução dos problemas do Acre”, afirmou o presidente da Apex, Jorge Viana.