Acre movimenta R$ 115,8 milhões com produção extrativista em 2024, aponta IBGE

Castanha-do-Brasil responde por mais da metade da receita; borracha nativa, açaí e madeira em tora também se destacam na produção florestal acreana

Luiz Eduardo Souza
Pesquisadores apresentam medidas de adaptação para manter a sustentabilidade da cadeia produtiva da castanha da Amazônia. (Foto: Ronaldo Rosa/Embrapa)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 25, os resultados da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2024, revelando que o Acre registrou uma movimentação de R$ 115,8 milhões com a produção extrativista ao longo do ano passado. O levantamento mostra que o estado não apresentou dados referentes à silvicultura — que envolve o cultivo em áreas plantadas —, concentrando-se exclusivamente na extração de recursos provenientes de áreas naturais, como matas e florestas.

O grande destaque foi a castanha-do-Brasil, principal produto extrativista acreano, com 9.947 toneladas produzidas e receita de R$ 58,6 milhões, valor que corresponde a 50,62% do total arrecadado. Outro item de forte relevância foi a borracha nativa, que somou 769 toneladas e movimentou R$ 14,8 milhões, reafirmando sua importância histórica para a economia florestal do estado.

O levantamento também apontou a expressiva participação do açaí, cuja produção chegou a 4.145 toneladas, gerando R$ 7,4 milhões, além do palmito, com 6.704 toneladas e receita de R$ 6,7 milhões.

No segmento de produtos florestais, a exploração de madeira em tora foi responsável por 219.160 m³, movimentando R$ 26 milhões. Já a produção de carvão vegetal alcançou 1.740 toneladas, com valor de R$ 2,4 milhões, enquanto a lenha somou 262.769 m³, resultando em R$ 5,7 milhões. A coleta de óleo de copaíba, embora presente, teve pouca representatividade: apenas 5 toneladas, avaliadas em R$ 5 mil.

Mesmo com a diversidade de itens, a pesquisa revela que a economia extrativista acreana continua concentrada em poucos produtos, especialmente na castanha e na borracha, que juntas respondem por grande parte da movimentação financeira do setor. Os dados reforçam a vocação histórica do Acre para o extrativismo florestal, atividade que permanece como uma das bases econômicas e culturais mais relevantes do estado.

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